Uso e limitações da telemedicina na formação de estudantes de medicina: lições da pandemia para inovações em estratégias de ensino
Use and limitations of telemedicine in the education of medical students: lessons from the pandemic for innovations in teaching strategies

Rev. méd. Minas Gerais; 32 (), 2022
Publication year: 2022

Objetivo:

O atual cenário de saúde pública se alterou abrupta e inesperadamente devido à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Nesse sentido, busca-se discutir as potencialidades, limitações e riscos do uso dos recursos tecnológicos (que já vêm sendo usados na assistência médica na pandemia) também na formação do estudante de medicina. Descrevem-se algumas áreas de atuação nas quais os acadêmicos podem se beneficiar do uso da telessaúde, devidamente supervisionados por preceptores.

Métodos:

O método adotado foi de revisão narrativa da literatura. A busca se realizou nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Os termos utilizados para a busca dos artigos foram:

“telemedicina”, “telessaúde”, “ensino médico”, “COVID-19”, “pandemia”, e suas traduções para inglês. Foram incluídos os artigos concordantes com os objetivos da pesquisa. Foram excluídos os que tangenciaram o tema e os publicados antes da ano de 2010. Foram incluídas ainda publicações relevantes, citadas nos artigos selecionados. Além disso, foi realizada pesquisa em páginas da web de entidades médicas e autoridades brasileiras em saúde para esclarecimento de regras e normativas relacionadas ao uso da telemedicina no Brasil.

Conclusão:

Como vantagens da telemedicina na educação de estudantes de medicina podemos citar a oportunidade de estudantes se familiarizarem com ferramentas da telessaúde na prática médica, a proteger a privacidade do paciente, treinar a comunicação entre profissionais de saúde, além de ampliar e qualificar o acesso de intervenções das escolas médicas, promovendo equidade. Dentre os obstáculos, podemos citar a ausência de uma regulamentação da telemedicina que esclareça e dê sustentação legal às práticas em telemedicina, principalmente fora do período pandêmico. Além disso, é necessária ampliação do acesso aos recursos tecnológicos que ofereçam uma comunicação segura em relação a proteção de dados e eficiente. Portanto, sugerimos que as adaptações exigidas pela pandemia da COVID-19 trazem a oportunidade singular de avançarmos no debate do uso da telemedicina no Brasil, atenta também à formação do estudante de medicina.

Objective:

The current public health scenario has changed abruptly and unexpectedly due to the new coronavirus (SARS-CoV-2) pandemic. Regarding that, we long to discuss here the potential, limitations and risks of the use of technological resources (which are already being used in medical care during the pandemic) also in medical education. Some areas of expertise in which academics can benefit from the use of telehealth, duly supervised by preceptors, are described.

Methods:

The method adopted was a narrative review of the literature. The search was carried out in the Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Virtual Health Library (VHL) databases.

The terms used to search for the articles were:

“telemedicine”, “telehealth”, “medical education”, “COVID-19”, “pandemic”. Articles consistent with the research objectives were included. Those that did not deepen the topic and those published before 2010 were excluded. Relevant publications mentioned in the selected articles were also included. In addition, a search was carried out on the websites of medical entities and Brazilian health authorities to clarify rules and regulations related to the use of telemedicine in Brazil.

Conclusion:

As advantages of telemedicine in the education of medical students, we can mention the opportunity for students to become familiar with telehealth tools in medical practice, to protect patient privacy, train communication between health professionals. This practice can also expand and qualify access to interventions of medical schools, promoting equity. Among the obstacles, we can mention the absence of a telemedicine regulation that clarifies and gives legal support to telemedicine practices, especially outside the pandemic period. In addition, it is necessary to expand access to technological resources that offer secure and efficient communication regarding data protection. Therefore, we suggest that the adaptations required by the COVID-19 pandemic bring a unique opportunity to advance in the debate on the use of telemedicine in Brazil, also paying attention to the training of medical students.

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