Rev. Pesqui. Fisioter; 12 (1), 2022
Publication year: 2022
INTRODUÇÃO:
Os pacientes criticamente doentes podem sofrer
alterações funcionais, sociais e mentais, incluindo deficiência de conhecimento,
memória e concentração após a admissão na unidade de terapia intensiva (UTI)
e alta hospitalar. Apesar do conhecimento sobre o impacto da internação hospitalar na funcionalidade e qualidade de vida, ainda há pouco reconhecimento
na literatura sobre este impacto a longo prazo. OBJETIVO:
Verificar a independência funcional e a qualidade de vida (QOL) em pacientes acima de 1 ano após
a alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). MÉTODOS:
Este é um estudo
de coorte prospectivo, foram admitidos na UTI e sob ventilação mecânica por
mais de 48 horas, até 24 horas após a alta da UTI, acima de 18 anos de idade, de
ambos os sexos e que concordaram em participar do estudo. Foram excluídos
aqueles com sequelas neurológicas e traumas recorrentes que impossibilitavam a avaliação funcional. As variáveis independência funcional (Medida de
Independência Funcional - FIM) e QOL foram medidas utilizando o questionário
do formulário curto 36 (SF-36) no momento da alta da UTI (período I), 30 dias
(período II), e 1 ano após (período III). RESULTADOS:
33 pacientes foram incluídos no estudo com uma idade média de 49,13±16,3 anos, e a principal causa
de hospitalização foi distúrbios neurológicos, dos quais 5(14,70%) morreram, e
dois não completaram as avaliações, resultando em um total de 26 pacientes
avaliados 1 ano após a alta. A duração da internação na UTI (dias) foi de 16 (7
- 22) e o tempo de ventilação mecânica (dias) foi de 8,5 (2 - 13). Dez pacientes
lá foram diagnosticados com sepse. Foram encontrados os seguintes valores
nesses três momentos para as variáveis IF (I-51 [47-64,5]; II-80[59,5-108]; III104[82,8-123]) e QOL(I-67,4[57,3-81,1]; II-80,2[70,1-99,2]; III-93,5[88,5-96,5]).
A independência funcional e QOL aumentou significativamente entre os momentos II e III, em comparação com os momentos I (p <0,05), sem diferença na
comparação do período II em relação ao III. CONCLUSÃO:
Os pacientes recuperam sua funcionalidade e qualidade de vida após trinta dias de alta da UTI.
Entretanto, a funcionalidade e a qualidade de vida deste paciente não mudam
após 1 ano de alta da UTI em relação ao período de 30 dias após a alta da UTI.
INTRODUCTION:
Critically ill patients may experience
functional, social, and mental changes, including impaired cognition,
memory, and concentration after admission to the intensive care unit
(ICU) and hospital discharge. Despite the knowledge about the impact
of the hospital stay on functionality and quality of life, there is still little
recognition in the literature of this impact in the long term. OBJECTIVE:
To
verify functional independence and quality of life (QOL) in patients over 1
year after discharge from the Intensive Care Unit (ICU). METHODS:
This is a
prospective cohort study, were admitted to the ICU and under mechanical
ventilation for more than 48 hours, up to 24 hours after discharge from the
ICU, over 18 years of age, of both sexes and who agreed to participate in the
study. Those with neurological sequelae and recurrent trauma that made
functional assessment impossible were excluded. Functional independence
(Functional Independence Measure-FIM) and QOL variables were measured
using the Short Form 36 questionnaire (SF-36) at the time of discharge from
the ICU (period I), 30 days (period II), and 1 year after (period III). RESULTS:
33
patients were included in the study with a mean age of 49.13±16.3, and the
main cause of hospitalization was neurological disorders, of which 5 (14.70%)
died, and two did not complete the evaluations, resulting in a total of 26
patients evaluated 1 year after discharge. The length of ICU stay (days) was
16 (7 - 22) and the Mechanical Ventilation time (days) was 8,5 (2 - 13). Ten
patients there were diagnosed with sepsis. The following values over these
three moments were found for the variables IF (I-51 [47–64.5]; II-80[59.5–108];
III-104[82.8-123]) and QOL(I–67.4[57.3–81.1]; II-80.2[70.1–99.2]; III–93.5[88.5–
96.5]). Functional independence and QOL increased significantly between
moments II and III compared to moments I (p <0.05), with no difference,
when comparing period II in relation to III. CONCLUSION:
Patients recover
their functionality and quality of life after thirty days of discharge from the
ICU. However, this patient's functionality and quality of life do not change
after 1 year of discharge from the ICU in relation to the period of 30 days
after discharge from the ICU.