Atuação do fisioterapeuta intensivista durante a pandemia de COVID-19: desafios e modificações na prática clínica
Performance of the intensivist physiotherapist during the COVID-19 pandemic: challenges and improvements in clinical practice

Rev. Pesqui. Fisioter; 12 (1), 2022
Publication year: 2022

INTRODUÇÃO:

A doença causada pelo Novo Coronavírus (SARS-CoV-2), gerou um fluxo crescente de pacientes infectados que necessitaram de atenção especializada em terapia intensiva, impactando sobremaneira o Sistema de Saúde, repercutindo de forma direta na experiência de Fisioterapeutas Intensivistas, profissionais fundamentais nessa assistência.

OBJETIVO:

Verificar modificações na prática clínica do fisioterapeuta intensivista durante a Pandemia de COVID-19 e identificar desafios enfrentados durante assistência aos pacientes infectados.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Trata-se de um estudo de campo, exploratório, transversal e quantitativo, realizado de fevereiro a abril de 2021, com fisioterapeutas intensivistas de dois hospitais públicos (um municipal e outro estadual) da cidade de Fortaleza. Foi realizado um cálculo do fluxo de fisioterapeutas atuantes nessas unidades, estimando-se uma amostra de 71 profissionais para compor o estudo. Participaram da pesquisa os Fisioterapeutas Intensivistas que realizaram assistência a pacientes com COVID-19 e que possuíam vínculo com os referidos hospitais. Foram excluídos os fisioterapeutas na função de residentes, estagiários e preceptores presentes. Para coleta de dados utilizou-se formulário on-line viabilizado pela plataforma Google Forms, composto por perguntas objetivas relacionadas aos dados do profissional, infecção destes por COVID-19, presença de fatores de risco, modificações na prática clínica durante assistência, desafios enfrentados, situações vivenciadas e segurança durante atendimento ao paciente crítico com COVID-19. Os dados foram tabulados através do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Utilizou-se estatística descritiva com frequências absolutas e relativas.

RESULTADOS:

Participaram do estudo 59 fisioterapeutas intensivistas atuantes na linha de frente contra a COVID-19; destes, 40,6% foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2. As principais modificações relatadas foram melhora no manejo da ventilação mecânica (86,4%) e melhor integração com equipe multidisciplinar (62,7%). Dentre os desafios enfrentados durante a assistência, o contexto completamente novo (89,9%) e o testemunho de experiências dolorosas de pacientes (76,3%) foram os mais marcantes.

CONCLUSÃO:

A pandemia proporcionou aos fisioterapeutas intensivistas novos desafios e modificações na prática clínica, requerendo atualização, implantação de novas práticas e maior interação em equipe multidisciplinar.

INTRODUCTION:

The disease caused by the New Coronavirus (SARS-CoV-2) generated a growing flow of infected patients who needed specialized care in intensive care, greatly impacting the Health System, directly impacting the experience of Intensive Care Physiotherapists fundamental professionals in this assistance.

OBJECTIVE:

To verify changes in the clinical practice of the intensive care physical therapist during the COVID-19 Pandemic and to identify challenges faced during the care of infected patients.

MATERIALS AND METHODS:

That is an exploratory, transversal, and quantitative field research carried out from February to April 2021, with intensive care physical therapists from two public hospitals (one municipal and one state) in the city of Fortaleza. A calculation of the flow of physiotherapists working in these units was performed, estimating a sample of 71 professionals to compose the study. The Intensivist Physiotherapists who helped patients with COVID-19 and linked with the hospitals participated in the research. Physiotherapists in the role of residents, trainees, and preceptors present were excluded. For data collection, an online form made possible by the Google Forms platform was used, composed of objective questions related to the professional's data, their infection by COVID-19, presence of risk factors, changes in clinical practice during care, challenges faced, situations experienced and safety during critical patient care with COVID-19. Data were tabulated using the Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 20.0. Descriptive statistics with absolute and relative frequencies were used.

RESULTS:

59 intensive care physical therapists working on the front line against COVID-19 participated in the study; of these, 40.6% were infected with the SARS-CoV-2 virus. Improvement in the management of mechanical ventilation (86.4%) and better integration with the multidisciplinary team (62.7%) were the main changes reported. Among the challenges faced during care, the completely new context (89.9%) and witnessing painful experiences of patients (76.3%) were the most striking.

CONCLUSION:

The Pandemic provided intensive care physical therapists with new challenges and changes in clinical practice, requiring updating, implementation of new practices, and greater interaction in a multidisciplinary team.

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