Fluorose por ingestão voluntária de pasta fluoretada após os 5 anos de idade: relato de caso e discussão da importância da educação em saúde bucal na 1a infância
Fluorosis from voluntary ingestion of fluoride paste after 5 years of age: case report and discussion of the importance of health education in early childhood

Rev. Cient. CRO-RJ (Online); 6 (3), 2021
Publication year: 2021

Introdução:

Preocupações com a ingestão de pasta fluoretada por crianças se limita à primeira infância devido ao risco de fluorose nos dentes permanentes anteriores, mas o processo educativo para garantir uma segurança para toda a dentição tem sido negligenciado.

Objetivo:

Relatar um caso de fluorose dentaria em dentes caninos, pré-molares e 2o molares por ingestão voluntária de pasta fluoretada Relato do caso: Paciente de 12 anos, 65 kg, procurou atendimento odontológico devido a insatisfação com a coloração dos dentes posteriores. Constatou-se que os dentes caninos, pré-molares e segundo molares, superiores e inferiores apresentavam opacidades tipo fluoróticas, estando os demais normais. Entre as possíveis causas, a principal recaiu sobre o modo que a criança passou a escovar os dentes após os 5 anos de idade. Foi relatado que ela voluntariamente escovava seus dentes 6x/dia sem cuspir. Foram feitas análises da concentração de fluoreto da água consumida pela paciente e nas pastas usadas. Também foi feito teste de excreção de fluoreto urinário pela paciente, solicitando para ela escovar os dentes cuspindo ou engolindo toda a pasta em uso.

Resultados:

Na água foi encontrado 0,74 mg F/L e nas pastas usadas 1.357 e 1.426 mg F solúvel/ kg. Na urina foi encontrado 0,90 e 1,35 mg F, respectivamente, cuspindo ou engolindo a pasta após as escovações. Foi estimado que a partir dos 5 anos de idade, a criança se submeteu à dose de 0,17 mg F/dia/kg de peso corpóreo, a qual é 2,4 vezes maior que o limite superior de risco de fluorose.

Conclusão:

O caso relatado sugere ser uma consequência de falha do processo de educação em saúde na 1a infância quanto ao uso racional de dentifrício fluoretado.

Introduction:

Concerns about children’s intake of fluoride toothpaste are limited to infancy due to the risk of fluorosis in the permanent anterior teeth, but the educational process to ensure safety for the entire dentition has been neglected.

Objective:

To report a case of dental fluorosis in canine, premolar and 2nd molar teeth caused by voluntary ingestion of fluoride toothpaste.

Case report:

A 12- year-old patient, 65 kg, search dental care due to dissatisfaction with the color of the posterior teeth. It was diagnosticated that the superior and inferior canine, premolar and second molar teeth had fluorotic opacities, and the other teeth are sound. Among the possible causes, the main one was the way the child started brushing their teeth after 5 years of age. It was reported that she voluntarily brushed her teeth 6x/day without spitting. Analyzes of the fluoride concentration in the water consumed by the patient and in the toothpastes used were performed. A urinary fluoride excretion test by the patient, requesting her to brush her teeth by spitting out or swallowing all the toothpaste in use, was made.

Results:

Fluoride concentration in the water was 0.74 mg F/L and 1,357 and 1,426 mg F/kg in the toothpastes pastes used. In urine test, 0.90 and 1.35 mg F were found, respectively, spitting or swallowing the toothpaste after brushing. It was estimated that from 5 years of age, the child was submitted a dose of 0.17 mg F/day/kg of body weight, which is 2.4 times the upper limit for an acceptable fluorosis.

Conclusion:

The reported case suggests that it is a consequence of the failure of the health education process in early childhood regarding the rational use of fluoride toothpaste.

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