Respirador bucal e alterações craniofaciais em alunos de 8 a 10 anos
Mouth breathing and craniofacial alterations in students aged 8 to 10 years

Arq. Asma, Alerg. Imunol; 1 (4), 2017
Publication year: 2017

Objetivo:

Identificar respiradores bucais (RB) e descrever os respectivos sintomas e alterações craniofaciais.

Métodos:

Estudo observacional, transversal, descritivo. Incluídos escolares de ambos os sexos, de 8 a 10 anos de escolas municipais de Petrópolis, RJ, Brasil. Selecionados os alunos com critérios positivos para respirador bucal segundo protocolo, e cujas variáveis foram descritas. Os respiradores bucais sem hábitos de sucção (mamadeira, chupeta, dedo) ou com tais hábitos até 3 anos e 11 meses compuseram a subamostra nomeada como respiradores bucais sem interferência dos hábitos de sucção. Estes foram examinados pesquisando-se: fácies alongada, vedação e conformação labial, posição da língua, formato de palato e má oclusão. Classificados cornetos nasais inferiores e amígdalas.

Resultados:

Dentre 377 estudantes houve prevalência de 243 (64%) respiradores bucais, e 134 (36%) respiradores nasais.

Os sintomas mais frequentes na subamostra dos respiradores bucais sem hábitos ou com hábitos até 3 anos e 11 meses em relação aos respiradores nasais foram:

obstrução nasal diária (11 vezes), sonolência diurna (9,6 vezes), roncos (7,5 vezes), dormir de boca aberta (6,9 vezes), dificuldade de respirar à noite/sono agitado (5,4 vezes).

Alterações do exame físico nos respiradores bucais sem hábitos ou com hábitos até 3 anos e 11 meses foram:

língua mais baixa e anterior (93,7%), lábios inferiores com volume e fissuras (88,2%), palato ogival (84,1%), má oclusão (78,6 %) e hipertrofia de cornetos (67,6%).

Conclusão:

A frequência de RB foi elevada. Nem sempre a típica fácies do respirador bucal (fácies alongada e boca aberta) foi encontrada, porém a língua anteriorizada e rebaixada, o palato em ogiva e a má oclusão dentária estavam presentes na maior parte da amostra. Os distúrbios do sono (roncos, respiração bucal e apneia) podem comprometer o dia a dia da criança, e nem sempre os pais observam e correlacionam estes dados.

Objective:

To identify mouth breathers and describe their symptoms and craniofacial changes.

Methods:

This observational, cross-sectional, descriptive study included schoolchildren of both sexes, aged 8 to 10 years and attending municipal schools of the municipality of Petrópolis, state of Rio de Janeiro, Brazil. We selected students with positive criteria for mouth breathing according to the protocol adopted; related variables were described. Mouth breathers without sucking habits (bottle, pacifier, finger) or who had quit such habits by 3 years and 11 months of age, comprised the subsample of mouth breathers without interference of sucking habits.

Patients were examined for the following parameters:

elongated facies, lip sealing and coverage, tongue position, palate shape, and malocclusion. Inferior nasal turbinates and tonsils were classified.

Results:

Among 377 students assessed, there was a prevalence of 243 (64%) mouth breathers and 134 (36%) nasal breathers.

The most frequent symptoms in the subsample of mouth breathers without interference of sucking habits in relation to nasal breathers were:

daily nasal obstruction (11 times), daytime sleepiness (9.6 times), snoring (7.5 times), sleeping with mouth open (6.9 times), difficulty breathing at night/restless sleep (5.4 times).

Abnormal physical examination findings in mouth breathers without interference of sucking habits were:

lower and more anterior tongue (93.7%), lower lips with volume and fissures (88.2%), ogival palate (84.1%), malocclusion (78.6%), and turbinate hypertrophy (67.6%).

Conclusion:

The frequency of mouth breathing was high. The typical long-facies and open mouth associated with the syndrome were not always found, but an anterior, lowered tongue, ogival palate, and malocclusion were present in the majority of the sample. Sleep disturbances (snoring, mouth breathing and apnea) may compromise the child’s daily life, and parents do not always observe and correlate these data.

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