Diagnóstico e tratamento da DREA: realidades da prática clínica
Diagnosis and treatment of AERD: clinical practice reality

Arq. Asma, Alerg. Imunol; 2 (1), 2018
Publication year: 2018

Introdução:

A doença respiratória exacerbada por aspirina (DREA), caracterizada por asma, rinossinusite, polipose nasal e hipersensibilidade à aspirina, pode ser sugerida pela história, porém, o teste de provocação oral com a aspirina é o padrão ouro para o diagnóstico, e a dessensibilização com aspirina, uma boa opção terapêutica. O objetivo do trabalho foi avaliar as características clínicas e os resultados dos procedimentos de provocação e/ou de dessensibilização com aspirina nos pacientes com suspeita de DREA, bem como observar se houve correlação com a literatura.

Métodos:

Neste estudo retrospectivo, foram avaliados prontuários de pacientes adultos com suspeita de DREA, em acompanhamento em um hospital terciário e que foram submetidos à provocação e/ ou dessensibilização com aspirina.

Dois protocolos foram utilizados para o teste de provocação:

(a) cetorolaco nasal/aspirina oral, e (b) apenas aspirina oral.

Foram avaliados:

características clínicas, a positividade do teste e da dessensibilização e a comparação deste resultado com a história prévia.

Resultados:

Participaram do estudo 24 pacientes, com média de idade de 50,8 anos, sendo 54,2% do sexo feminino. Treze pacientes (54,2%) tinham asma grave, e seis (25%), asma alérgica. Média do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foi de 81,5% do valor predito. Dezenove pacientes (79,2%) referiam broncoespasmo e/ou urticária com anti-inflamatórios não esteroidais. Cinco pacientes não faziam associação com essas medicações. Independente do protocolo usado, onze pacientes (45,8%) apresentaram teste positivo, confirmando a DREA, sendo que seis pacientes (25%) foram submetidos à dessensibilização com aspirina. Oito pacientes (33,3%) apresentaram provocação negativa, e cinco (20,8%) não conseguiram completar a investigação devido à presença de urticária.

Conclusões:

Pacientes com suspeita de DREA deveriam ser submetidos à provocação com aspirina para confirmar o diagnóstico. Um quarto dos pacientes foi submetido à dessensibilização, entretanto, para a maioria dos pacientes não foi possível confirmar o diagnóstico ou o teste foi negativo.

Introduction:

Aspirin-exacerbated respiratory disease (AERD) is characterized by asthma, rhinosinusitis, nasal polyps, and aspirin hypersensitivity. The condition may be suggested by the patient’s medical history; however, oral provocation test with aspirin is the gold standard for diagnosis, and desensitization with aspirin, a good therapeutic option. The aim of this study was to evaluate the clinical characteristics and results obtained with aspirin provocation tests and/or desensitization in patients with suspected AERD, as well as to correlate these data with the literature available.

Methods:

In this retrospective study, the medical records of adult patients with suspected AERD followed at a tertiary hospital who underwent aspirin challenge and/or desensitization were evaluated.

Two protocols were used for the challenge test:

(a) nasal ketorolac/ oral aspirin; and (b) oral aspirin alone. Clinical characteristics and both test and desensitization positivity were evaluated, and the results were compared with data from the patient’s history.

Results:

Twenty-four patients participated in the study, with a mean age of 50.8 years; 54.2% were female. Thirteen patients (54.2%) had severe asthma, and six (25%) had allergic asthma. Mean forced expiratory volume in 1 second (FEV1) was 81.5% of the predicted value. Nineteen patients (79.2%) reported bronchospasm and/or urticaria with nonsteroidal anti-inflammatory drugs. Five patients had no association with these medications. Regardless of the protocol used, eleven patients (45.8%) presented positive tests, confirming the diagnosis of AERD, and six patients (25%) underwent aspirin desensitization. Eight patients (33.3%) had negative results in the provocation test, and five (20.8%) failed to complete the investigation due to the presence of urticaria.

Conclusions:

Patients with suspected AERD should undergo aspirin challenge to confirm the diagnosis. One-fourth of our patients underwent desensitization, but for most patients, either it was not possible to confirm the diagnosis or the test resulted negative.

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