Arq. Asma, Alerg. Imunol; 3 (2), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
Pouco se sabe sobre a distribuição de fungos dentro das casas e nos materiais onde ficam concentrados, como os travesseiros, objeto que passa maior tempo em contato próximo com o paciente, podendo ser um reservatório importante e facilitar a sensibilização e o desencadeamento de crises alérgicas. O conhecimento da ocorrência de fungos em locais pouco pesquisados, bem como sua taxonomia, torna-se fundamental. Objetivos:
Avaliar ocorrência de fungos em travesseiros de crianças alérgicas, o ambiente e os aspectos relacionados. Métodos:
Pacientes com rinite e/ou asma, e teste cutâneo positivo para fungos foram selecionados. Realizado questionário ambiental no domicílio e coletado travesseiros em uso, os quais foram aspirados na área interna e externa para obtenção de amostras de fungos. Travesseiros novos, comprados em comércio local, serviram de controle. Resultados:
A prevalência de sensibilização dos pacientes a fungos foi de 5,46% (13 dos 238 avaliados). Nenhum ambiente revelou-se adequado para pacientes alérgicos. Todos os travesseiros, inclusive os controles, estavam contaminados, tanto na sua área externa como na interna; o número médio de unidades formadoras de colônias (UFC/m2) apresentou diferença significativa na parte externa, sendo maior naqueles com mais de 7 anos de uso. A diversidade e a quantidade de fungos encontrados nos travesseiros dos pacientes foi maior que nos controles. Das 39 espécies e/ou outro nível taxonômico identificados, 32 (82,0%) podem causar alergia do Tipo I - IgE mediada, e os mais frequentes foram Candida, Penicillium sp., Cladosporium sp., Mycelia sterilia, Fusarim sp., Aureobasidium pullulans e Aspergillus. Nenhum tipo de enchimento foi considerado ideal, e o que apresentou menor nível de contaminação foi o de viscoelástico. Conclusão:
Travesseiros são fontes de fungos e seus alérgenos. A maioria dos fungos isolados pode causar sensibilização com resposta IgE mediada. O painel utilizado mostrou-se insuficiente para identificar sensibilização aos fungos isolados.
Introduction:
Little is known about fungi distribution in houses and materials where they are concentrated. Pillows are objects that remain much time in close contact with people and can be an important fungal reservoir, thus facilitating sensitization and triggering allergic crises. The knowledge of occurrence of fungi in unfrequently reported places, as well as their taxonomy, has become fundamental. Objectives:
To evaluate the occurrence of fungi in pillows of allergic children, including the environment and related aspects. Methods:
Patients with rhinitis and/or asthma and positive skin test for fungi were selected. An environmental questionnaire was completed at home and pillows in use were collected and aspirated inside and outside to obtain fungal samples. New pillows, bought in local stores, served as controls. Results:
The prevalence of sensitization of patients to fungi was 5.46% (13 of 238 patients evaluated). No environment proved to be suitable for allergic patients. All the pillows, including the controls, were contaminated, both inside and outside; the mean number of colony forming units (CFU/m2) showed a significant difference in the outside and was greater in pillows with more than 7 years of use. The diversity and amount of fungi found on patients’ pillows was greater than in controls. Of the 39 species and/or other taxonomic level identified, 32 (82.0%) may cause type I IgE-mediated allergy, and the most frequent fungi were Candida, Penicillium sp., Cladosporium sp., Mycelia sterilia, Fusarim sp., Aureobasidium pullulans and Aspergillus. No type of filling material was considered ideal, and the one with lowest level of contamination was viscoelastic. Conclusion:
Pillows are sources of fungi and their allergens. Most isolated fungi can cause sensitization with IgE-mediated response. The panel used was insufficient to identify sensitization to isolated fungi.