Incidência e fatores de risco associados à falha na ventilação não invasiva em pacientes pediátricos
Incidence and risk factors associated with noninvasive ventilation failure in pediatric patients

Clin. biomed. res; 42 (1), 2022
Publication year: 2022

Introdução:

O suporte ventilatório é usado para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda (IRpA) ou crônica agudizada. A ventilação não-invasiva (VNI) na IRpA pediátrica é amplamente usada em bebês prematuros e crianças, porém até a data atual os estudos têm sido escassos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi determinar os fatores de risco associados à falha na VNI em uma unidade de terapia intensiva pediátrica.

Métodos:

Coorte retrospectiva a partir de prontuários de pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) Pediátrica de um Hospital de Caxias do Sul, entre maio de 2017 e outubro de 2019, que utilizaram VNI.

Resultados:

A incidência de falha na VNI foi de 33%. Asma (RR = 1,36; IC95% = 1,08-1,72), uso de VNI em pacientes pós-extubação (RR = 1,97; IC95% = 1,17-3,29), uso contínuo da VNI (RR = 2,44; IC95% = 1,18-5,05), encerramento à noite (RR = 2,52; IC95% = 1,53-4,14), modalidade final ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) (RR = 4,20; IC95% = 2,20-7,90), pressão expiratória positiva final (PEEP) no início da ventilação (6,8 ± 1,1; p < 0,01) e fração inspiratória de O2 (FIO2) final (53,10 ± 18,50; p < 0,01) foram associados à falha. Adicionalmente, a pressão arterial sistólica (PAS) inicial (118,68 ± 18,68 mmHg; p = 0,02), a frequência respiratória inicial (FR) (47,69 ± 14,76; p = 0,28) e final (47,54 ± 14,76; p < 0,01) foram associados a falha.

Conclusão:

A modalidade ventilatória final SIMV, demostra ser o melhor preditor de risco de falha, seguido do turno em que a VNI é finalizada, onde à noite existe maior risco de falha. Além disso, foram preditores de falha, porém com menor robustez, a pressão positiva inspiratória (PIP) final e a FR final.

Introduction:

Ventilatory support is used for the treatment of patients with acutely chronic or acute respiratory failure (ARF). Noninvasive ventilation (NIV) in pediatric ARF is widely used in preterm infants and children, but studies to date have been limited. Therefore, the aim of the present study was to determine the risk factors associated with NIV failure in a pediatric intensive care unit.

Methods:

This retrospective cohort study was based on medical records of patients admitted to the pediatric intensive care unit of a hospital in Caxias do Sul, southern Brazil, between May 2017 and October 2019, who used NIV.

Results:

The incidence of NIV failure was 33%. Asthma (relative risk [RR] = 1.36; 95% confidence interval [CI] = 1.08-1.72), post-extubation use of NIV (RR = 1.97; 95% CI = 1.17-3.29), continuous use of NIV (RR = 2.44; 95% CI = 1.18-5.05), completion at night (RR = 2.52; 95% CI = 1.53-4.14), final mode synchronized intermittent mandatory ventilation (SIMV) (RR = 4.20; 95% CI = 2.20-7.90), positive end-expiratory pressure at the beginning of ventilation (6.8 ± 1.1; p < 0.01), and final fraction of inspired oxygen (53.10 ± 18.50; p < 0.01) were associated with failure. Additionally, initial systolic blood pressure (118.68 ± 18.68 mmHg; p = 0.02), initial respiratory rate (IRR) (47.69 ± 14.76; p = 0.28), and final respiratory rate (47.54 ± 14.76; p < 0.01) were associated with failure.

Conclusion:

The final ventilatory mode SIMV proves to be the best failure risk predictor, followed by the shift in which NIV is completed, as there is a greater risk of failure at night. In addition, final positive inspiratory pressure and final respiratory rate were less robust predictors of failure.

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