Rev. méd. Urug; 38 (2), 2022
Publication year: 2022
Resumen:
La fiebre Q es una zoonosis distribuida mundialmente, causada por Coxiella burnetii. Los bovinos, ovinos y caprinos son la fuente más frecuente de infección en humanos, en los que la enfermedad es de notificación obligatoria ante el Ministerio de Salud Pública. Revisamos las publicaciones que describen casos de fiebre Q en humanos en Uruguay, con foco en sus características epidemiológicas, y discutimos las pruebas diagnósticas disponibles localmente. Se incluyeron nueve trabajos publicados e información del registro de enfermedades profesionales. Colectivamente fueron analizadas 2.715 personas con sospecha de fiebre Q entre 1956-2019, siendo 959 (35,3%) seropositivas. Los diagnósticos se basaron en serología, clínica y/o antecedentes de exposición laboral. Epidemiológicamente, el ganado o material proveniente del mismo fueron considerados las fuentes más probables de exposición en la mayoría de los casos. Según el ámbito de ocurrencia, no sistemáticamente reportado, los casos se registraron principalmente por exposición a ovinos y bovinos en frigoríficos o en la cadena cárnica (positivos/evaluados: 863/1540; seropositivos sintomáticos: 585); y en menor medida a bovinos lecheros (sector lácteo (positivos/evaluados:20/58; seropositivos sintomáticos: 17) y laboratorio diagnóstico (positivos/evaluados:2/4; seropositivos sintomáticos: 1)), o rumiantes silvestres (seropositivos/evaluados:25/117; seropositivos sintomáticos: 17). Hipertermia, cefaleas y sudoración fueron reportados. La inhalatoria fue asumida como la vía de infección en todos los casos. Actualmente no están disponibles localmente pruebas de PCR para detección de C. burnetii en humanos, siendo una limitante en el diagnóstico, particularmente en etapas tempranas. La colaboración interdisciplinaria de profesionales de salud humana y animal es esencial en el abordaje de esta zoonosis.
Summary:
Q fever is a globally distributed zoonosis caused by the bacteria Coxiella burnetii. Bovines, sheep and goats are the most frequent source of infection in humans, and it is mandatory for the latter to report the disease to the Ministry of Public Health. We reviewed the literature describing cases of Q fever in humans in Uruguay, focusing on epidemiological characteristics, and we discussed the diagnostic tests locally available. Nine published studies were included in the review, as well as the information in the professional diseases registry. 2.715 people with a suspicion of Q fever were collectively analyzed between 1956-2019, 959 (55.3%) of them being seropositive. Diagnosis were based on serology, clinical examination and/or a history of exposure while working. Epidemiologically, the cattle or material originating in it were considered as the most probable sources of exposure in most cases. Depending on the context cases arose, which were not systematically reported, they were mainly caused by exposure to sheep and cows in meat processing plants or in the meat chain (positive/evaluated: 863/1540; seropositive or symptomatic: 585); and to a lesser extent dairy cattle (milk sector (positive/evaluated: 20/58; symptomatic seropositive: 17) and diagnostic laboratory (positive/evaluated: 2/4; symptomatic seropositive: 1)) or wild ruminants (positive/evaluated: 25/117; symptomatic seropositive: 17). Hyperthermia, headaches and sweating were reported. In all cases inhalation was adopted as the source of infection. Today, there are no PCR tests to detect C. burnetii in humans available locally, what constitutes a limitation to diagnosis, in particular in early stages. Interdisciplinary collaboration between animal and human health professionals is key to approach this zoonosis.
Resumo:
A febre Q é uma zoonose mundial causada por Coxiella burnetii. Bovinos, ovinos e caprinos são a fonte mais frequente de infecção em humanos, nos quais a doença é de notificação compulsória ao Ministério da Saúde Pública. Revisamos as publicações que descrevem casos de febre Q em humanos no Uruguai, enfocando em suas características epidemiológicas, e discutimos os testes diagnósticos disponíveis localmente. Foram incluídos nove trabalhos publicados e informações do registro de doenças ocupacionais. Foram analisadas 2.715 pessoas com suspeita de febre Q entre 1956-2019, das quais 959 (35,3%) eram soropositivas. Os diagnósticos foram baseados na sorologia, sintomas e/ou história de exposição ocupacional. Do ponto de vista epidemiológico, o gado ou material preveniente de gado foram considerados as fontes mais prováveis de exposição na maioria dos casos. De acordo com o lugar de ocorrência, não notificado sistematicamente, os casos foram registrados principalmente por exposição a ovinos e bovinos em matadouros ou na cadeia da carne (positivos/avaliados: 863/1540; soropositivos sintomáticos: 585); e em menor proporção gado leiteiro (setor leiteiro (positivo/avaliado: 20/58; soropositivo sintomático: 17) e laboratório de diagnóstico (positivo/avaliado: 2/4; soropositivo sintomático: 1)), ou ruminantes silvestres (soropositivo/avaliado: 25/117; soropositivos sintomáticos: 17). Hipertermia, dores de cabeça e sudorese foram relatados. A inalação foi assumida como via de infecção em todos os casos. Atualmente, os testes de PCR para detecção de C. burnetii em humanos não estão disponíveis localmente, sendo uma limitação no diagnóstico, principalmente em estágios iniciais. A colaboração interdisciplinar de profissionais de saúde humana e animal é essencial no enfrentamento dessa zoonose.