Mortality attributed to sickle cell disease in children and adolescents in Brazil, 2000-2019
Mortalidade atribuída à doença falciforme em crianças e adolescentes no Brasil, 2000-2019
Rev. saúde pública (Online); 56 (), 2022
Publication year: 2022
ABSTRACT OBJECTIVE Estimate rates and describe mortality trends attributed to sickle cell disease in children and adolescents in Brazil from 2000 to 2019. METHODS This is an ecological study of the time-trend of mortality rates that used the autoregressive method, proposed by Prais-Winsten, to evaluate trends in the estimated rates of sickle cell disease deaths in children and adolescents in Brazil. Deaths with code D57 were obtained from the Mortality Information System, considering age groups (0-4, 5-9, 10-14, 15-19 years) and were used to estimate age-specific and standardized rates by gender and age. RESULTS From 2000 to 2019, Brazil had 2,422 deaths from sickle cell disease in people under 20 years of age, with higher frequency in the Northeast (40.46%), followed by the Southeast (39.02%), Midwest (9.58%), North (7.84%), and South (3.10%). The main victims were people of Black skin/race (78.73%). In Brazil, the global standardized average rate was 0.20/100,000 people-year, with an elevation trend (annual percentage change - APC = 5.44%; confidence interval - 95%CI: 2.57-8.39). The pattern was repeated in males (APC = 4.38%; 95%CI: 2.17-6.64) and females (APC = 6.96%; 95%CI: 3.05-11.01). Elaborating age-specific rates showed that the range up to four years experienced the highest rates, without distinction by region. The age group of 15 and 19 years was the second most affected in Brazil and in the Northeast, Southeast, and Midwest regions. CONCLUSION Deaths due to sickle cell disorders showed an elevation trend in children and adolescents. Considering that the magnitude of deaths was more evident in the first years (0-4) and late adolescence (15-19), the study suggests that age-specific approaches may impact the control of fatal outcomes caused by sickle cell disease in Brazil.
RESUMO OBJETIVO Estimar taxas e descrever tendências de mortalidade atribuídas à doença falciforme em crianças e adolescentes no Brasil, de 2000 a 2019. MÉTODOS Este é um estudo ecológico do tipo séries temporais de taxas de mortalidade que usou o método autorregressivo, proposto por Prais-Winsten, para avaliar tendências das taxas estimadas de mortes por doença falciforme em crianças e adolescentes no Brasil. Os óbitos com código D57 foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade, considerando as faixas etárias (0-4, 5-9, 10-14, 15-19 anos) e usados para estimar taxas específicas por idade e taxas padronizadas por sexo e idade. RESULTADOS De 2000 a 2019, houve 2.422 óbitos por doença falciforme em menores de 20 anos no Brasil, com maior frequência na região Nordeste (40,46%), seguida de Sudeste (39,02%), Centro-Oeste (9,58%), Norte (7,84%) e Sul (3,10%). As principais vítimas foram pessoas de raça/cor da pele negra (78,73%). No Brasil, a taxa média padronizada global foi de 0,20/100 mil pessoa-ano, com tendência de elevação (mudança percentual anual - APC = 5,44%; intervalo de confiança - IC95% 2,57-8,39). O padrão se repetiu no sexo masculino (APC = 4,38%; IC95% 2,17-6,64) e no sexo feminino (APC = 6,96%; IC95% 3,05-11,01). A elaboração de taxas específicas por idade mostrou que a faixa até quatro anos experimentou as maiores taxas, sem distinção por região. A faixa etária de 15 e 19 anos foi a segunda mais afetada no Brasil e nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. CONCLUSÃO Houve tendência de aumento dos óbitos por transtornos falciformes em crianças e adolescentes. Considerando que a magnitude dos óbitos foi mais evidente nos primeiros anos (0-4) e no final da adolescência (15-19), o estudo sugere que abordagens específicas por faixa etária podem impactar no controle dos desfechos fatais causados pela doença falciforme no Brasil.