Rev. méd. Minas Gerais; 32 (), 2022
Publication year: 2022
Objetivos:
Descrever a epidemiologia dos pacientes pediátricos
internados em um centro de trauma em Minas Gerais, Brasil; caracterizar
os dados desde admissão hospitalar até a propedêutica. Métodos:
Trata-se
de estudo retrospectivo cuja coleta de dados aconteceu entre outubro de
2017 e março de 2018 no Hospital João XXIII. Foram incluídas crianças
menores de 14 anos que foram classificadas como vítimas de trauma de
“muito urgência” ou “emergência” pelo protocolo de Manchester. Foi
realizada análise descritiva, que incluiu as seguintes variáveis: idade, sexo,
mecanismo de trauma, especialidade médica do provedor de primeira
avaliação, necessidade de procedimentos cirúrgicos, propedêutica e óbito.
Resultados:
A média de idade dos pacientes foi 6,9 anos. O principal
mecanismo de trauma identificado foi a lesão por queda mecânica (104;
37,9%). O traumatismo cranioencefálico foi o tipo de trauma mais
frequente observado, acometendo 174 (65,4% dos pacientes). No total,
44 (16,1%) crianças foram operadas. Cinco crianças (1,8%) morreram
durante o período desta avaliação epidemiológica. Conclusão:
O
mecanismo de trauma pediátrico mais frequente foi a queda mecânica,
a lesão mais comum foi o traumatismo cranioencefálico, as crianças
do sexo masculino foram mais afetadas do que as do sexo feminino. A
avaliação focada com ultrassonografia no trauma demonstrou ser um
exame seguro para triagem de lesão traumática. Este estudo revelou
informações importantes para futuras atualizações em protocolos de
trauma pediátrico.
Purpose:
To describe the epidemiology of pediatric patients admitted
to a trauma center in Minas Gerais, Brazil, as well as to characterize
the care received since; characterize the data from hospital admission
to the propaedeutics. Methods:
This is a retrospective study whose
data collection took place between October 2017 and March 2018
at Hospital João XXIII. Data were collected in all children under 14
years of age who were classified as victims of trauma of “very urgent” or
“emergency” according to the Manchester protocol. Descriptive analysis
was performed, including the following variables: age, gender, trauma
mechanism, medical specialty of the first assessment provider, need
for surgical procedures, propaedeutics and death. Results:
The mean
age of patients was 6.9 years. The main trauma mechanism identified
was mechanical fall injury (104; 37.9%). Head trauma was the most
frequent type of trauma observed, affecting 174 (65.4% of patients).
In total, 44 (16.1%) children were operated. Five children (1.8%) died
during the period of this epidemiological assessment. Conclusion:
The most frequent pediatric trauma mechanism was mechanical fall,
the most common injury was traumatic brain injury, male children
were more affected than females. And the physician who performed
the first assessment most frequently was general surgeons. The focused
evaluation with ultrasonography in trauma proved to be a safe exam
for the screening of traumatic injuries. This study revealed important
information to inform future updates on pediatric trauma primary
assessment protocols.