Rev. méd. Minas Gerais; 32 (), 2022
Publication year: 2022
Objetivos:
Levantar dados sobre o perfil do agressor e da vítima de
abuso sexual na infância atendida no pronto-socorro e ambulatório de
violência sexual. O estudo visa também avaliar a efetividade do fluxo
de encaminhamentos que possibilitam a longitudinalidade do cuidado.
Métodos:
Trata-se de estudo transversal retrospectivo, em hospital de
referência no atendimento a esses pacientes na cidade estudada, no qual
foram avaliados 121 prontuários de possíveis vítimas menores de 13 anos
em 2018. Foram coletados dados do perfil da vítima e agressor, além
de informações sobre encaminhamentos e frequência nas consultas de
seguimento. Resultados:
Foi realizada uma análise descritiva dos dados,
nos quais entre os resultados encontrados destacam-se a predominância
do gênero masculino entre os agressores e feminino entre as vítimas. A
prevalência do gênero da vítima e do agressor foram semelhantes a outros
estudos. A maioria dos abusos aconteceram em residência, o agressor era
conhecido. Dentre as 121 crianças atendidas no pronto socorro, 90 foram
encaminhadas ao ambulatório e apenas 33 compareceram à consulta.
Notou-se uma falha no encaminhamento do paciente acolhido no pronto
atendimento ao ambulatório, comprometendo o seguimento longitudinal.
Houve uma dificuldade na coleta dos dados devido à inexistência de um
prontuário eletrônico único. Conclusão:
O perfil da vítima e do agressor
nesse estudo foram similares a outros estudos publicados anteriormente
sobre violência sexual. Foi percebida uma falha comunicativa entre os
atendimentos em que a criança abusada permeia, com uma importante
descontinuação do acompanhamento após agressão.
Purpose:
The purpose of this study is to raise data on the profile of sexual
abused children attended at the emergency room and sexual violence
outpatient clinic. It also aims to evaluate the effectiveness of referrals flow
that enable care longitudinality. Methods:
This was a retrospective crosssectional study in a referral hospital for sexual violence victims, in which 121
medical records of potential victims under 13 years were evaluated in 2018.
Data was collected on the profile of victim and offender, along with referrals
and attendance at follow-up appointments. Results:
A descriptive analysis of
data was performed, in which results highlight male predominance among
aggressors and females amidst victims. Gender prevalence of victim and
offender was similar to other studies. Most abuses took place in residences
and the offender was known by the victim. Of the 121 children seen at the
emergency room, 90 were referred to outpatient clinic and only 33 attended
consultation. A failure in patient referral at the emergency room was pointed
out, which compromises ambulatory follow-up. Data collection was difficult
due to the lack of a single electronic medical record. Conclusion:
The victim
and perpetrator profile in this study was similar to other previously published
studies on sexual violence. It was also noticed failure between hospital sectors
in which the abused child permeates, with an important discontinuation of
follow-up after the aggression.