Capacitação de profissionais na atenção primária em saúde: um caminho para a promoção da fitoterapia
Training of primary health care professionals: a path for promoting phytotherapy
Formación de profesionales en atención primaria de salud: una forma de promoción de la fitoterapia
Rev. baiana saúde pública; 45 (3), 2021
Publication year: 2021
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos é uma prática contemplada na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), lançada pelo Ministério da Saúde (MS). Este estudo visou implantar as práticas integrativas e complementares envolvendo plantas medicinais e fitoterápicos na Atenção Básica (AB), em Blumenau (SC). A pesquisa-ação de abordagem qualiquantitativa com ações educativas abrangeu 27 profissionais de diversas categorias. Foi realizada uma capacitação sobre a temática com conteúdo teórico/prático, matriciamento e oficina de projetos. Além disso, foram aplicados três questionários e realizados registros fotográficos e uma entrevista. Os profissionais responderam que fazem uso próprio das plantas medicinais (69%), prescrevem ou sugerem seu uso na AB (72,4%), tinham conhecimento anterior à capacitação sobre a PNPIC (65,9%), 76% conheciam a Política Nacional das Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e 90% relataram que os pacientes têm interesse nessa prática. Entretanto, dos 29 medicamentos de referência citados para as enfermidades de difícil tratamento, somente dois eram fitoterápicos, garra-do-diabo e valeriana. Percebeu-se que a atividade de desenvolver um projeto oportunizou construir a prática no cotidiano da AB. Essa vivência evidenciou dificuldades como alta demanda de serviço, complexidade dessa prática, necessidade de auxílio financeiro e revisão da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME). Por outro lado, foram identificados facilitadores como apoio da gestão, hortas medicinais e participação da comunidade. Recomenda-se a continuação das formações, intersetoriais, com envolvimento de gestores e comunidade por meio de projetos. Sugere-se como tema norteador plantas medicinais e fitoterápicos utilizados para o manejo de doenças consideradas de difícil tratamento: depressão, ansiedade, diabetes e hipertensão.
Use of medicinal plants and herbal medicines is a practice contemplated in the National Policy of Integrative and Complementary Practices (PNPIC), launched by the Ministry of Health (MS). Hence, this study sought to implement integrative and complementary practices involving medicinal plants and herbal medicines at a Primary Care (PC) unit in Blumenau, Santa Catarina, Brazil. A quantitative and qualitative action research involving educational actions was conducted with 27 professionals from different categories. A training was held on the topic with theoretical/practical content, matrix support, and project workshop. Additionally, participants answered three questionnaires and participated in an interview. Photographic records were taken. Professionals reported making use of medicinal plants (69%), prescribing or suggesting their use in PC (72.4%), and knowing the PNPIC prior to training (65.9%). A total of 76% knew about the National Policy of Medicinal Plants and Herbal Medicines (PNPMF) and 90% reported that patients are interested in this practice. However, of 29 reference drugs mentioned for difficult-to-treat illnesses, only two were herbal medicines, devil’s claw and valerian. The project workshop allowed to implement this practice in PC daily routine. This experience highlighted difficulties such as high service demand, complexity of this practice, need for financial support, and revision of the Municipal List of Essential Medicines (REMUME). In turn, management support, medicinal gardens, and community participation were identified as facilitators. Intersectoral training should continue and involve managers and the community through projects. Medicinal plants and herbal medicines used to manage difficult-to-treat illnesses, depression, anxiety, diabetes and hypertension should be the guiding theme.
El uso de plantas medicinales y fitoterápicos es una práctica que se encuentra presente en la Política Nacional de Prácticas Integradas y Complementarias (PNPIC) impulsada por el Ministerio de Salud (MS). Este estudio tuvo como objetivo promover la implementación de la práctica integrada de plantas medicinales y fitoterapéuticos en la Atención Primaria (AP), en Blumenau, Santa Catarina (Brasil). La investigación-acción, con enfoque cualicuantitativo, incluía actividades educativas destinadas a 27 profesionales de diferentes sectores. Se realizaron capacitaciones en el tema involucrando contenidos teórico-prácticos, soporte matricial y taller de proyectos. Además, se aplicaron tres cuestionarios, una entrevista y registros fotográficos. Los profesionales respondieron que hacen uso propio de las plantas medicinales (69%), prescriben o sugieren en AP (72,4%), tenían conocimientos previos sobre la formación de la PNPIC (65,9%), el 76% de ellos conocía la Política Nacional de Plantas Medicinales y Herbolarios (PNPMF) y el 90% mostró que los pacientes están interesados en esta práctica. Sin embargo, de los 29 medicamentos de referencia citados para enfermedades de difícil tratamiento, solo dos eran medicamentos a base de plantas, harpagofito y valeriana. Se percibió que la actividad de elaboración de un proyecto posibilitó la construcción de la práctica en el cotidiano de AP. Esta experiencia mostró dificultades como alta demanda de servicio, complejidad de esta práctica, necesidad de asistencia financiera y revisión de la Lista Municipal de Medicamentos Esenciales (REMUME). Por otro lado, se identificaron facilitadores como apoyo a la gestión, jardines medicinales y participación comunitaria. Se recomienda continuar la formación intersectorial con el involucramiento de los gestores y la comunidad a través de proyectos. Se sugiere como tema rector plantas medicinales y fitoterápicos utilizados para el manejo de enfermedades consideradas de difícil tratamiento, como depresión, ansiedad, diabetes e hipertensión.