Teto terapêutico e a adequação do tratamento no Serviço de Urgência: estudo retrospectivo
Ceilings of treatment and treatment adequacy in the Emergency department: retropective study

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 32 (1), 2022
Publication year: 2022

Introdução:

no Serviço de Urgência vive-se um antagonismo constante pela sua natureza direcionada para a patologia aguda e a prestação de cuidados paliativos de qualidade. O nosso estudo tem como objetivo avaliar se a definição de teto terapêutico leva a diferenças na adequação da marcha diagnóstica e terapêutica instituída.

Material e métodos:

análise retrospetiva descritiva monocêntrica dos doentes que morreram nos primeiros seis meses de 2018 no serviço de urgência do Hospital do Espírito Santo de Évora.

Resultados:

compararam-se os três grupos de doentes o que não foi definido qualquer teto terapêutico, com o grupo em que iniciaram medidas paliativas e o grupo em que se tomou a Decisão de Não Reanimar. Verificou-se que não existem diferenças significativa entre as idades, o local de residência e as comorbilidades e, com exceção da demência (p= 0,006), existe sim uma diferença no grau de dependência nas atividades da vida diária (p<0,001). Verificou-se que não existem diferenças entre número ou tipo de exames complementares de diagnóstico, mas há algumas diferenças na terapêutica instituída já que no grupo dos doentes em cuidados paliativos a terapêutica com morfina (p<0,001), butilescopolamina (p=0,001) e paracetamol (p=0,004) foi mais frequente. A ventilação invasiva só ocorreu no grupo de doentes sem definição de teto terapêutico (p<0,001), enquanto a oxigénioterapia foi mais frequente nos grupos em Decisão de Não Reanimar ou em cuidados paliativos (p<0,001).

Discussão e conclusão:

os médicos do serviço de urgência reconhecem que os seus doentes estão em final de vida, adequando parcialmente a terapêutica com vista ao controlo de sintomas, dor e secreções.

Introduction:

the Emergency Department is in a constant state of antagonism due to its nature towards the acute pathology, and quality of palliative care. Our study aims to assess whether the definition of a therapeutic ceiling leads to differences in the adequacy of the diagnostic methods and therapy instituted.

Material and methods:

retrospective descriptive monocentric analysis of patients who died the first 6 months of 2018 in the emergency department of Hospital do Espírito Santo de Évora.

Results:

the three groups of patients were compared, one without any therapeutic ceiling defined, with the group in which they started palliative measures and the group in which the Decision to Not Resuscitate was made. There were no significant differences between ages, place of residence and comorbidities except for dementia (p=0.006), but there is a difference in the degree of dependence on activities of daily living (p<0.001). It was found that there are no differences between the number or type of complementary diagnostic tests, but there are some differences in the therapy instituted since in the group of patients in palliative care, therapy with morphine (p<0.001), butylscopolamine (p=0.001) and paracetamol (p=0.004) was more frequent. Invasive ventilation only occurred in the group of patients without therapeutic ceiling (p<0.001), while oxygen therapy was more frequent in Decision to Not Resuscitate or in palliative care groups (p<0.001).

Discussion and conclusion:

the doctors of the emergency department recognize that their patients are at the end of their lives, partially adapting the therapy to control symptoms, pain and secretions.

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