A (dis)função do diagnóstico: uma leitura psicanalítica sobre o DSM
The (dys)function of diagnosis: a psychoanalytic reading about the DSM
La (dis)función del diagnóstico: una lectura psicoanalítica sobre el DSM

Rev. Psicol., Divers. Saúde; 11 (1), 2022
Publication year: 2022

INTRODUÇÃO:

Partindo da interrogação sobre a função do diagnóstico, reconstrói-se um panorama histórico sobre o diagnóstico para a psiquiatria e os (des)enlaces com a psicanálise.

OBJETIVO:

Examinar os compromissos e as diferenças do diagnóstico para os diferentes campos.

METODOLOGIA:

O presente artigo teve como orientação de pesquisa o que Canguilhem (1975) define como trabalho de conceito. A partir de uma epistemologia específica, essa posição baseia-se no princípio de que é preciso partir de uma articulação conceitual para se falar de um fenômeno. Assim, foi realizado um percurso exploratório sobre o diagnóstico para o campo da psiquiatria e da psicanálise.

RESULTADOS:

A eliminação do aspecto subjetivo como critério elementar para realizar a avaliação diagnóstica a partir da terceira versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) demarca uma ruptura irreparável com a psicanálise, uma vez que nega aquilo que lhe é mais caro. Se o objeto da psiquiatria é o fenômeno observável, a psicanálise se volta para a escuta das ranhuras, ponto opaco em que a nomeação generalista não dá conta de apaziguar a angústia. Isso não requer a negação dos sintomas observáveis, tendo em vista que é possível se servir deles sem, no entanto, reduzir a escuta clínica à mera classificação fenomenológica.

CONCLUSÃO:

A aposta na singularidade da construção sintomática é o que permite a emergência da subjetividade, negligenciada na universalização diagnóstica contemporânea.

INTRODUCTION:

Starting from the question about the function of the diagnosis, a historical panorama about the diagnosis for psychiatry and the (dis)links with psychoanalysis is reconstructed.

OBJECTIVE:

Examine the commitments and the differences for the different fields.

METHODS:

This article had as research orientation what Canguilhem (1975) defines as concept work. Based on a specific epistemology, this position is based on the principle that it is necessary from a conceptual articulation to talk about a phenomenon. Thus, an exploratory path on the diagnosis for the field of psychiatry and psychoanalysis was carried out.

RESULTS:

The elimination of the subjective aspect as an elementary criterion to carry out the diagnostic evaluation from the third version of the Diagnostic and Statistical of Mental Disorders Manual (DSM) marks an irreparable break with psychoanalysis since it denies what is most dear to it. If the object of psychiatry is the observable phenomenon, psychoanalysis turns to listen to the grooves, an opaque point in which the generalist appointment does not manage to alleviate the anguish. This does not require the denial of the observable symptoms, considering that it is possible to use them without, however, reducing clinical listening to a mere phenomenological classification.

CONCLUSION:

The bet on the singularity of the symptomatic construction is what allows the emergence of the subjectivity, neglected in the contemporary diagnostic universalization.

INTRODUCCIÓN:

Partiendo del interrogatorio sobre la función del diagnóstico, el artículo reconstruye un panorama histórico sobre el diagnóstico para la psiquiatría, así como las vinculaciones y desvinculaciones con el psicoanálisis.

OBJETIVO:

Examinar los compromisos y diferencias para los diferentes campos.

METODOLOGÍA:

Este artículo tuvo como orientación de investigación lo que Canguilhem (1975) define como trabajo conceptual. A partir de una epistemología específica, esta posición se fundamenta en el principio de que es necesario partir de una articulación conceptual para hablar de un fenómeno. Así, se realizó un recorrido exploratorio sobre el diagnóstico para el campo de la psiquiatría y el psicoanálisis.

RESULTADOS:

La eliminación del aspecto subjetivo como criterio elemental para realizar la evaluación diagnóstica de la tercera versión del Manual Diagnóstico y Estadístico de los Trastornos Mentales (DSM) marca una ruptura irreparable con el psicoanálisis, ya que niega lo más importante para él. Si el objeto de la psiquiatría es el fenómeno observable, el psicoanálisis vuelve a escuchar los surcos, el punto opaco en el que la nominación generalista no consigue aliviar la angustia. Esto no requiere la negación de los síntomas observables, considerando que es posible utilizarlos sin, sin embargo, reducir la escucha clínica a una mera clasificación fenomenológica.

CONCLUSÃO:

La apuesta por la singularidad de la construcción sintomática es lo que permite la emergencia de la subjetividad, desatendida en la universalización diagnóstica contemporánea.

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