Femina; 50 (8), 2022
Publication year: 2022
Objetivo:
Este artigo de revisão sistemática tem como objetivo analisar as principais
características relacionadas à infeção puerperal em mulheres submetidas ao
parto cesáreo. Fonte dos dados:
Foi realizada busca nas bases de dados on-line
Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed. Seleção dos estudos:
Selecionaram-se
artigos publicados nos últimos 11 anos (2010-2021), totalizando 12 artigos analisados.
Coleta de dados:
Realizou-se a busca dos artigos a partir dos descritores
infecção puerperal, mortalidade materna, cesárea, fatores de risco em inglês
e português. Em seguida à adequação aos critérios de inclusão (artigos em inglês,
português e espanhol, com publicação nos últimos 11 anos, realizados em
humanos) e exclusão (artigos duplicados, revisão de literatura, estudos de caso
e dissertações), a análise dos títulos e dos resumos dos artigos encontrados permitiu
a exclusão daqueles que se afastavam do tema em estudo. Síntese dos dados:
Dentre os fatores sociodemográficos, destacam-se mulheres nos extremos
de idade, negras, residentes na zona rural, com baixo nível econômico e escolar,
primíparas e tabagistas. Em relação aos fatores clínicos, obesidade, HIV, diabetes
mellitus, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia e eclâmpsia,
anemia e infecções geniturinárias apresentaram-se como fatores de risco para
infecção puerperal. Fatores obstétricos também foram avaliados, identificando-se
como variáveis importantes o parto cesáreo, rotura prematura de membranas, tempo
de membrana rota, trabalho de parto maior que 12 horas, parto prematuro e
trabalho de parto induzido, hemorragia pós-parto, transfusão prévia e mecônio em
líquido amniótico. Por fim, as características assistenciais trazem o baixo número
de consultas de pré-natal e número de toques vaginais antes e após a ruptura de
membranas como variáveis de risco. Conclusão:
Muitos dos fatores identificados
são passíveis de controle, e a sua reversão contribui para a redução dos índices de
infecção puerperal e, consequentemente, de mortalidade materna.(AU)
Objective:
This systematic review article aims to analyze the main characteristics related
to puerperal infection in women undergoing cesarean delivery. Source of data:
A search was performed in the online databases Virtual Health Library (VHL) and Pub-
Med. Selection of studies:
Articles published in the last 11 years were selected, totaling 12 analyzed articles. Data collection:
Articles were searched
based on the keywords puerperal infection, maternal mortality,
cesarean section, risk factors in English and Portuguese.
Following the adaptation to the inclusion criteria (articles in
English, Portuguese and Spanish, publication in the last 11
years, carried out in humans) and exclusion (duplicates, literature
review, case studies and dissertations), the analysis
of the titles and abstracts of the found articles allowed the
exclusion of those who departed from the topic under study.
Summary of the findings:
Among the sociodemographic
factors, women of extreme age, blacks, residents in the rural
area, with low economic and educational status, primiparous
women and smokers, stand out. Regarding clinical
factors, obesity, HIV, Diabetes Mellitus, Cardiovascular Diseases,
Hypertension, Pre-eclampsia and Eclampsia, Anemia
and genitourinary infections were risk factors for puerperal
infection. Obstetric factors were also evaluated, identifying as
important variables cesarean delivery, premature rupture of
membranes, ruptured membrane time, labor longer than 12
hours, premature labor and induced labor, postpartum hemorrhage,
previous transfusion and meconium in amniotic
fluid. Finally, the care characteristics bring the low number
of prenatal consultations, the number of vaginal touches before
and after rupture of membranes as risk variables. Conclusion:
Many of the identified factors are possible to control
and their reversion contributes to the reduction of puerperal
infection rates and consequently maternal mortality.(AU)