Le savoir y faire de la gambiarra
O saber saber fazer da gambiarra
The applied know-how of the workaround
aSEPHallus; 17 (34), 2022
Publication year: 2022
Pour discuter le thème plus général de l'invention qui se présente dans la clinique psychanalytique, cet
article propose de penser la question des solutions de contournement comme des cas particuliers d'invention
marqués par la dimension de la précarité. Cette précarité nous intéresse dans la mesure où elle nous permet
d'accéder à une lecture non idéalisée de ce que Lacan formule comme invention sur le destin donné au symptôme
dans le terme d'une psychanalyse, qui serait une manière de faire avec quelque chose pour laquelle il n'y a pas
de programmation symbolique définie. Dans cette perspective, nous pensons que la pratique du psychanalyste
actualise le bricolage de la solution de contournement comme une fuite vers la singularité inventive.
Visando discutir o tema mais geral da invenção que se apresenta no âmbito da
clínica psicanalítica, este trabalho propõe pensar a questão da gambiarra como um caso particular de invenção
marcada pela dimensão da precariedade. Essa precariedade interessa na medida em que nos permite alcançar
uma leitura não idealizada do que Lacan formula como invenção acerca do destino dado ao sintoma no termo de
uma psicanálise, que seria um modo de se haver com algo para o qual não se dispõe de uma programação
simbólica definida. Nessa perspectiva, acreditamos que a prática do psicanalista atualiza a bricolagem da
gambiarra como um escape para a singularidade inventiva.
In order to discuss the more general theme of the invention
that presents itself in the scope of psychoanalytic clinic, this work propose to think about the issue of the
workaround as a particular case of invention marked by the dimension of precariousness. This precariousness
is of interest hereto the extent that it allows us to achieve a non-idealized reading of what Lacan formulates
as an invention to describe the destiny given to the symptom at the end of a psychoanalysis, which would
be a way of dealing with something for which there is no predefined symbolic setting. From this perspective,
we believe that the psychoanalyst's practice updates the DIY aspect of the workaround as an escape towards
the inventive singularity.