Gravidade do pé diabético: fatores socioeconômicos em estudo envolvendo 5300 operados
Diabect foot severety: socieconomic factors in a study with 5300 patients
Gravedad del pie diabético: factores socioeconómicos en un estudio con 5300 operados

Rev. baiana saúde pública; 46 (Supl. Especial 1), 2022
Publication year: 2022

As amputações decorrentes de pé diabético são graves e geram impacto social e econômico, porém são passíveis de prevenção. O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que há associação entre fatores socioeconômicos e a gravidade do pé diabético. Em estudo observacional restrospectivo, foram avaliados 5.300 prontuários de pacientes portadores de pé diabético operados pelo Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no período de fevereiro de 2005 a dezembro de 2015. Foram coletadas as condições socioeconômicas para verificar correlação com a gravidade do pé diabético. Os dados foram tabulados no Excel e a distribuição foi analisada no GraphPad Prism 8.0, por meio do teste qui-quadrado e da técnica de regressão logística. Foram considerados valores de p < 0,05 como estatisticamente significantes. A maioria dos pacientes era de meia-idade (entre 53 e 58 anos), do sexo masculino (57,58%), com o ensino fundamental completo (50,38%) e ganhava menos de um salário mínimo (56,81%). A principal doença associada foi a hipertensão arterial sistêmica (HAS) (55,64%). Com relação à distância, foi observado que 48,15% residiam a menos de 100 km da unidade hospitalar. Observou-se prevalência de amputação menor (37,36%) e taxa de letalidade de 6,32%. Também foi possível correlacionar, quanto à amputação maior, maiores frequências nos pacientes acima de 70 anos (p = 0,045), naqueles com renda familiar abaixo de um salário mínimo (p = 0,05), nos portadores de doença arterial coronariana (Daop) (p = 0,035) e nos indivíduos que residiam a uma distância acima de 400 km do HGRS. Registrou-se maior taxa de óbito nos portadores de coronariopatia, com idade superior a 70 anos e nos submetidos à amputação maior. Diante disso, faz-se necessário treinamento de profissionais e adoção de medidas de saúde pública, visando identificar precocemente a população de maior gravidade, a fim de evitar desfechos desfavoráveis.
Amputations due to diabetic foot are serious and generate social and economic impact, but are preventable. This research sought to verify whether socioeconomic factors are associated with diabetic foot severity. A retrospective observational study evaluated 5,300 medical records from patients with diabetic foot, operated by the Vascular Surgery Service at Roberto Santos General Hospital (HGRS), between February 2005 and December 2015. Socioeconomic data were collected to verify correlation with diabetic foot severity. After tabulation in Excel, data distribution was analyzed by GraphPad Prism 8.0 using the Chi-square test and logistic regression. P-values of < 0.05 were considered statistically significant. Most patients were middle-aged (between 53 and 58 years old) men (57.58%), with basic education (50.38%) and earning less than one minimum wage (56.81%). Hypertension was the main associated disease (55.64%). Regarding distance, 48.15% of the patients lived less than 100 km from the hospital unit. Results showed prevalence of minor amputation (37.36%) and a fatality rate of 6.32%. Major amputation was associated with patients over 70 years of age (p = 0.045), family income below 1 MW (p = 0.05), patients with coronary artery disease (CAD) (p = 0.035), and individuals who lived 400 km away from the HGRS. Patients with CAD aged over 70 years and those who underwent major amputation showed a higher death rate. As such, training professionals and adopting public health measures aimed at early identification of at risk population are necessary to avoid unfavorable outcomes.
Las amputaciones por pie diabético son graves y generan impacto social y económico, pero son prevenibles. El objetivo de este estudio fue probar el hipótesis de que existe una asociación entre los factores socioeconómicos y la gravedad de pie diabético. En un estudio observacional retrospectivo, se evaluaron 5.300 historias clínicas de pacientes con pie diabético operados por el Servicio de Cirugía Vascular del Hospital General Roberto Santos (HGRS), en el período comprendido entre febrero 2005 a diciembre 2015. Se recogieron condiciones socioeconómicas para verificar una correlación con la gravedad del pie diabético. Los datos se tabularon en Excel y la distribución se analizó en GraphPad Prism 8.0 mediante la prueba de chi-cuadrado y la técnica de regresión logística. Los valores de p < 0,05 se consideraron estadísticamente significativos. La mayoría de los pacientes eran de mediana edad (entre 53 y 58 años), del sexo masculino (57,58%), con el nivel de estudios de la primaria (50,38%) y que ganaban menos de 1 salario mínimo (56,81%). La principal enfermedad asociada fue la hipertensión arterial sistémica –HAS– (55,64%). En cuanto a la distancia, se observó que el 48,15% vive a menos de 100 km de la unidad hospitalaria. Hubo mayor frecuencia de amputaciones menores (37,36%) y una tasa de mortalidad del 6,32%. También fue posible correlacionar la amputación mayor, mayor frecuencia en pacientes mayores de 70 años (p = 0,045), en aquellos con renta familiar inferior a 1 salario mínimo (p = 0,05), en aquellos con enfermedad arterial coronaria –Daop– (p = 0,035) y en personas que residen a una distancia superior a 400 km del HGRS. Hubo una mayor tasa de muerte en pacientes con enfermedad de las arterias coronarias, mayores de 70 años y sometidos a una amputación importante. Ante esto, es necesario una formación de profesionales y adopción de medidas de salud pública, con el objetivo de identificar tempranamente la población más grave y así evitar resultados desfavorables.

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