Perfil epidemiológico das violências interpessoal e autoprovocada em Porto Velho: notificações pré e transpandemia Covid-19
Epidemiological profile of interpersonal and self-inflicted violence in Porto Velho: Covid-19 pre and transpandemic notifications
Perfil epidemiológico de la violencia interpersonal y autoinfligida en Porto Velho: notificaciones pre y transpandémicas de la Covid-19

Rev. baiana saúde pública; 46 (2), 2022
Publication year: 2022

A violência é um fenômeno complexo e multicausal, que envolve dor, sofrimento e sequelas à vítima, reverberando na saúde pública. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo descrever os dados epidemiológicos das violências interpessoal e autoprovocada em Porto Velho (RO), no período de 2009 a 2021. Trata-se de um estudo descritivo, realizado de forma transversal e com abordagem quantitativa, a partir dos registros sobre o número de casos, dados da vítima, ocorrência, provável agressor e encaminhamento no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – obtidos por meio da ferramenta Tabnet, por meio do portal eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde –, posteriormente analisados por estatística descritiva. Foram notificados 3.136 casos de violências interpessoal e autoprovocada, sendo que a maioria das vítimas era do sexo feminino, cor/raça parda, com quinta a oitava série incompleta do ensino fundamental e faixa etária de 10 a 14 anos, sendo o local da ocorrência a residência, com repetição das agressões, predominando a violência física e força corporal/espancamento. O provável agressor era a própria pessoa, não tinha suspeita de uso de bebidas alcoólicas, era adulto e não constava o registro do encaminhamento da vítima. Diante dos resultados encontrados, identificou-se que as violências interpessoal e autoprovocada têm acometido, principalmente, vítimas em seus ciclos de vida considerados mais vulneráveis (infância e adolescência), dentro do local onde deveriam ser acolhidas e protegidas.
Violence is a complex, multicausal phenomenon which results in pain, suffering and consequences for the victim, affecting public health. Thus, this cross-sectional quantitative study describes the epidemiological profile of interpersonal and self-inflicted violence in Porto Velho, Rondônia, Brazil, from 2009 to 2021. Data were collected from the records (number of cases, victim profile, occurrence, probable aggressor and referral) in Tabnet through the Notifiable Diseases Information System of the Unified Health System, and later analyzed by descriptive statistics. A total of 3,136 cases of interpersonal and self-inflicted violence were reported, of which most victims were female, mixed race, with incomplete 5th to 8th grade, between 10 and 14 years old, and the place of occurrence was the residence, with repetition of the aggressors, predominating physical violence and bodily force/beating. The likely aggressor was the person themself, not suspected of alcohol use, was an adult, and there was no record of the victim’s referral. These findings show that interpersonal and self-inflicted violence mainly affect victims in their most vulnerable life cycles (childhood and adolescence), in the place where they should feel welcomed and protected.
La violencia es un fenómeno complejo y multicausal que implica dolor, sufrimiento y consecuencias para la víctima, repercutiendo en la salud pública. En ese sentido, este estudio tuvo como objetivo describir los datos epidemiológicos de la violencia interpersonal y autoinfligida en Porto Velho-RO, de 2009 a 2021. Se trata de un estudio descriptivo, realizado de forma transversal y con abordaje cuantitativo, a partir de registros de número de casos, datos de víctimas, ocurrencia, probable agresor y derivación en el Sistema de Información de Enfermedades de Declaración Obligatoria, a través de la herramienta Tabnet, a través del portal electrónico del Departamento de Informática del Sistema Único de Salud y, posteriormente, analizados en el Microsoft Excel programa de estadística descriptiva. Se reportaron 3.136 casos de violencia interpersonal y autoinfligida, siendo la mayoría mujeres, mestizas, con 5° a 8° grado de primaria incompleto, grupo etario de 10 a 14 años, y el lugar de ocurrencia fue la residencia, con reincidencia de agresión, predominante violencia física y fuerza física/golpes. El probable agresor era la propia persona, no era sospechoso de consumo de bebidas alcohólicas, era mayor de edad y no constaba la derivación de la víctima. Ante los hallazgos, se identificó que la violencia interpersonal y autoinfligida ha afectado principalmente a las víctimas en sus ciclos de vida más vulnerables (infancia y adolescencia), dentro del lugar donde deben ser acogidas y protegidas.

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