O trabalho como determinante de saúde: perfil e vulnerabilidades de agricultores expostos a agrotóxicos
Work as a health determinant: profile and vulnerabilities of farmers exposed to agrochemicals
El trabajo como determinante de la salud: perfil y vulnerabilidades de los agricultores expuestos a plaguicidas

Rev. baiana saúde pública; 46 (2), 2022
Publication year: 2022

O mercado consumidor exige a produção de alimentos “estéticos”. Para isso, se faz necessária uma grande utilização de agrotóxicos e um contato longitudinal do agricultor, o que o deixa vulnerável ao desenvolvimento de diversos agravos à saúde. Objetivou-se pesquisar os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença relacionados ao trabalho, traçando o perfil das vulnerabilidades dos agricultores expostos a agrotóxicos. O estudo caracterizou-se como exploratório-descritivo, quantitativo, realizado por meio de um formulário aplicado a agricultores no distrito de Tomé (CE). Dos dados mais relevantes, foi observada predominância da escolaridade básica e do analfabetismo. O tempo de trabalho na agricultura variou entre seis e cinquenta anos; o tempo de contato com agrotóxicos variou entre um e mais de vinte anos; a maioria disse ter noção sobre a classe toxicológica dos produtos, porém, 53,3% afirmaram que não leem as informações contidas nos rótulos. Houve predominância de negligência no uso dos componentes de proteção, com isso, 33,3% disseram sentir vários sintomas de intoxicação associados quando lidavam com os produtos. Concluímos que nossos dados subsidiam, confirmam e explicam os resultados dos agravos encontrados em outros estudos realizados na região e nos indicadores de saúde, a partir do perfil das vulnerabilidades encontradas entre os trabalhadores escutados. É necessária uma articulação entre os dispositivos de saúde para implementar ações de educação em saúde do trabalhador, a fim de promover modulação no ganho de saúde e diminuição dos índices de doenças crônicas da região.
Consumer market demand for “aesthetic” foods incurs in greater use of agrochemicals and a longitudinal exposure of farmers to such chemicals, making them vulnerable to the development of several health problems. This study sought to investigate work-related determinants of health, outlining the profile and vulnerabilities of farmers exposed to agrochemicals. An exploratory, descriptive and quantitative research was conducted with farmers from the municipality of Tomé, Ceará, Brazil. Data was collected by means of a questionnaire. Results showed the predominance of basic education and illiteracy. Working time in agriculture ranged from six to 50 years; exposure to agrochemicals ranged from one to over 20 years. Most farmers claimed to be aware of the toxicological class of the products, but 53.3% acknowledged not reading the label information. Most participants neglected the use of protective equipment, and 33.3% reported showing various symptoms of pesticide intoxication. In conclusion, the data support, confirm, and explain the injury results found in other studies conducted in the region and on health indicators, based on the profile of vulnerabilities found among interviewed workers. Articulation between health services is necessary for implementing occupational health actions, to promote a health gain modulation and decreased chronic disease rates in the region.
El mercado consumidor demanda la producción de alimentos “estéticos”. Para ello, es necesario un gran uso de plaguicidas y un contacto longitudinal del agricultor que lo expone al desarrollo de diversos problemas de salud. El objetivo de este artículo fue investigar los determinantes y condiciones del proceso de salud relacionados con el trabajo, al rastrear el perfil de las vulnerabilidades de los agricultores expuestos a plaguicidas. Este es un estudio exploratorio-descriptivo, cuantitativo, que utilizó un formulario aplicado a agricultores en el distrito de Tomé, en Ceará (Brasil). De los datos más relevantes, se observó el predominio del nivel educativo básico y del analfabetismo. El tiempo de trabajo en la agricultura varió de seis a cincuenta años, el tiempo de contacto con los plaguicidas estuvo entre uno a más de veinte años, la mayoría dijo conocer la clase toxicológica de los productos, sin embargo, el 53,3% dijo no leer la información contenida en las etiquetas. Hubo predominio de negligencia en cuanto al uso de componentes protectores, así el 33,3% dijo sentir varios síntomas de intoxicación cuando utilizaban los productos. Se concluye que los datos confirman los resultados encontrados en otros estudios realizados en la región y los indicadores de salud, a través del perfil de vulnerabilidades absolutas entre los trabajadores entrevistados. Es necesaria una articulación entre los dispositivos para la implementación de acciones de salud de los trabajadores, con el fin de promover una modulación en las ganancias de salud y una reducción de los índices de enfermedades crónicas en la región.

More related