Rev. Pesqui. Fisioter; 12 (1), 2022
Publication year: 2022
INTRODUÇÃO:
Conhecer fatores que contribuem para a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e suas mudanças ao longo do tempo é essencial para compreender a extensão do impacto do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Nosso objetivo foi identificar preditores de QVRS em indivíduos residentes na comunidade após AVC. MÉTODOS:
Coorte de indivíduos com AVC acompanhados em ambulatório. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados na avaliação inicial e nas seguintes escalas:
National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS), Timed Up and Go Test (TUGT), Modified Barthel Index (MBI), Frenchay Activity Index (FAI). A QVRS foi avaliada por meio das dimensões do EuroQol-5 (EQ-5D). Após análise univariada, as variáveis foram incluídas em dois modelos de regressão logística. RESULTADOS:
Havia 100 indivíduos, na avaliação inicial 55% eram mulheres, média de idade de 54 ± 13,9 anos, 57% com vida conjugal, 91% com rede de apoio. Tempo médio de AVC foi 36 (16-48) meses, mediana NIHSS 3 (1-5,5), MBI mediana 49 pontos (48-50). Mediana do tempo de TUGT foi 13,8 (11, 3-19) segundos e o desempenho em atividades instrumentais (FAI) foi 20 (12-25). Após um ano de acompanhamento, 60% dos indivíduos avaliados apresentaram QVRS favorável e os preditores identificados foram o nível de funcionalidade nas atividades de vida diária (OR = 1,21 por 1 ponto de aumento no MBI; IC 95% = 1,03-1,42; P = 0,016), território vascular da lesão (OR = 4,98 para circulação posterior vs. anterior; IC 95% = 1,53-16,22; P = 0,008) e tempo desde o início do AVC (OR = 0,98 por mês desde o início do AVC; IC 95% = 0,96-0,99; P = 0,016). CONCLUSÃO:
Um maior nível de funcionalidade nas atividades da vida diária, circulação posterior do território vascular e um menor tempo desde o início do AVC na avaliação inicial foram os preditores de uma QVRS favorável.
INTRODUCTION:
Knowing the factors that contribute to health-related quality of life (HRQoL) and its changes over time is essential to understanding the extent of stroke impact. Our objective was to identify predictors of HRQoL in community-dwelling individuals after stroke. METHODS:
Cohort of individuals with stroke followed up in an outpatient clinic. Sociodemographic and clinical data were collected at baseline evaluation and the following scales:
National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS), Timed Up and Go Test (TUGT), Modified Barthel Index (MBI), Frenchay Activity Index (FAI). The HRQoL was assessed using the EuroQol-5 dimensions (EQ-5D). After univariate analysis, the variables were included in two logistic regression models. RESULTS:
There were 100 subjects, and at baseline evaluation 55% were female, mean age of 54 ± 13.9 years old, 57% with marital life, and 91% with a support network. The median time stroke was 36 (16-48) months, median of the NIHSS of 3 (1-5.5), MBI with a median of 49 points (48-50). The median of TUGT time was 13.8 (11, 3-19) seconds and the performance in instrumental activities (FAI) was 20 (12-25). After one year of follow-up, 60% of the assessed individuals had favorable HRQoL, and the identified predictors were the level of functionality in daily life activities (OR = 1.21 per 1point increase in MBI; 95% CI = 1.03-1.42; P = 0.016), the vascular territory of the lesion (OR = 4.98 for posterior vs anterior circulation; 95% CI = 1.53-16.22; P = 0.008), and time since stroke onset (OR = 0.98 per month since stroke onset; 95% CI = 0.96-0.99; P = 0.016. CONCLUSION:
A higher level of functionality in activities of daily living, posterior circulation vascular territory, and a shorter time since stroke onset at baseline evaluation were the predictors of a favorable HRQoL.