Qualificação vocal por professores e fonoaudiólogos: similitudes e divergências
Distúrb. comun; 21 (1), 2009
Publication year: 2009
O objetivo deste estudo foi analisar a qualifi cação dada por professores às suas próprias vozes e compará-la à avaliação fonoaudiólogica. Foram gravadas as respostas à questão "Como você avalia sua voz?" de 159 professores da rede municipal de ensino de uma cidade do estado de São Paulo. Realizou-se a transcrição ortográfi ca dos discursos e destacaram-se palavras-chave que expressassem as qualidades atribuídas, pelos professores, às suas vozes. Esses dados foram comparados com a avaliação fonoaudiológica e observou-se o nível de concordância entre elas. Os resultados mostraram que 32,6% dos professores usaram atributos positivos como boa (45,0%), alta (16,6%) e normal (15,0%); 63% empregaram atributos negativos como rouca (35,3%); e 4,4% intermediários como razoável (50%). Na avaliação fonoaudiológica sobressaiu a qualidade soprosa (25,30%). A comparação entre as avaliações fonoaudiológica e docente evidenciou que as vozes saudáveis foram classifi cadas, respectivamente, como adaptadas e boas, altas e normais. Para as vozes alteradas, a qualidade rouca foi mais mencionada e coincidente entre os dois segmentos. Professores e fonoaudiólogos utilizaram referenciais diferentes na avaliação vocal, tendo o fonoaudiólogo expressado uma análise técnico-científi ca e o professor sua experiência como usuário da voz. Conclui-se que houve concordância de 55,97% entre a avaliação docente e fonoaudiológica, indicando conhecimento vocal dos professores e que os termos empregados pelos dois segmentos mostram mais concordâncias que discordâncias, apesar das nomenclaturas distintas.
The objective of this study was to analyze the qualifi cation attributed by teachers to their own voices and to compare it with the speech therapist evaluation. Answers to the question How do you evaluate your own voice?? by 159 teachers from the city school system of a city from the state of São Paulo were recorded. The orthographic transcription of their speeches revealed keywords that expressed virtues attributed by teachers to their own voices. The data was compared to the speech therapist evaluation and the level of agreement between them was observed. The results showed that 32.6% of the teachers used positive attributes as good (45.0%), high (16.6%) and normal (15.0%); 63% used negative attributes such as hoarse (35.3%); 4.4% neutral attributes, such as reasonable (50%). In the speech therapist evaluation the attribute breathy (25.30%) was stressed. The comparison between speech therapist and teachers’ evaluations evidenced that healthy voices were rated, respectively, as adapted and good, high and normal. For altered voices, the hoarse attribute was mentioned the most and matched both segments. Teachers and speech therapist utilized different references in the vocal evaluation, having speech therapist used a technical-scientifi c analysis and teachers their experience as voice users. The conclusion was that there was agreement of 55.97% between teachers’ and the speech therapist’s evaluation, indicating vocal knowledge by teachers and that terms used by the two segments show more agreement than disagreement, despite different nomenclature.
El objetivo de este estudio fue analisar la califi cación dada por profesores a sus propias voces y compararla a la evaluacion fonoaudiológica.