Demetra (Rio J.); 16 (1), 2021
Publication year: 2021
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo analisar as mudanças na frequência de consumo de certos alimentos e indicadores relacionados aos fatores de risco à saúde na população brasileira. Método:
Foram utilizados dados obtidos em pesquisas da VIGITEL dos anos de 2008, 2011, 2014 e 2017. O estudo selecionou variáveis relacionadas aos hábitos alimentares e indicadores de percepção de saúde, além de peso e altura, para o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), idade e anos de estudo dos entrevistados. Os dados foram analisados por meio de tabelas de frequências e procedimentos estatísticos específicos, como o teste t de Student, correlação de Pearson e a inclinação da regressão linear. Resultados:
Os resultados sugerem que o IMC médio da população brasileira está aumentando, atingindo um valor médio de 26,32 em 2017. Observa-se também que os brasileiros avaliam sua saúde como positiva, embora a prevalência de diagnósticos de pressão alta, diabetes e dislipidemia tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos. Indivíduos diagnosticados com pressão alta, diabetes ou dislipidemia apresentam frequência significativamente menor de consumo de feijão, vegetais, refrigerantes e álcool; e frequência significativamente maior de consumo de frutas. Os resultados também revelaram que o número de anos de estudo está associado positiva e significativamente com a frequência de consumo de vegetais, frutas, álcool e o hábito de trocar o jantar por lanches. Conclusão:
Embora os hábitos alimentares dos brasileiros tenham melhorado, o aumento do número de diagnósticos de doenças não transmissíveis é preocupante e requer a adoção de políticas públicas de saúde.
Objective:
This study aimed to analyze the changes in food consumption patterns and indicators regarding health risk factors in the Brazilian population. Method:
The study analyzed data obtained from VIGITEL surveys in years 2008, 2011, 2014 and 2017. The study selected variables related to eating habits and health perception indicators, in addition to weight and height, to calculate the BMI (Body Mass Index), as well as age and years of schooling of respondents. Data were analyzed using frequency tables and specific statistical procedures as the Student's t test, Pearson's correlation and the linear regression slope. Results:
The results suggest that the average BMI of the Brazilian population is increasing, reaching an average value of 26.32 in 2017. It is also observed that Brazilians evaluate their health as good, although the prevalence of diagnoses of high blood pressure, diabetes and dyslipidemia has increased considerably in recent years. Individuals diagnosed with high blood pressure, diabetes or dyslipidemia have a significantly lower frequency of consumption of beans, vegetables, soft drinks, and alcohol; and a significantly higher frequency of fruits consumption. The results also revealed that the number of years of schooling is positively and significantly associated with the frequency of consumption of vegetables, fruits, alcohol, and the habit of replacing dinner for snacks. Conclusion:
Although nutritional habits of Brazilians have improved, the increased number of diagnoses of non-communicable diseases is worrying and requires the proper design of public healthcare policies.