Autopercepção do tamanho corporal em escolares: um estudo transversal

Costa, Larissa da Cunha Feio; Silva, Diego Augusto Santos; Neves, Janaína das; Corrêa, Elizabeth Nappi; Gabriel, Cristine Garcia; Souza, Lidiamara Dornelles de; Vasconcelos, Francisco de Assis Guedes de

Introdução:

A identificação precoce de imprecisões nas estimativas do tamanho corporal pode ser fundamental para planejar e realizar ações de prevenção e tratamento mais eficazes relacionadas à percepção e distúrbios da imagem corporal.

Objetivo:

Estimar a prevalência de superestimação e subestimação do tamanho corporal em escolares com magreza, peso normal e obesidade e os fatores associados.

Métodos:

Estudo transversal e de base escolar realizado em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. O estudo foi realizado com uma amostra de 1.530 escolares de sete a dez anos matriculados em escolas públicas e privadas de Florianópolis. Foram analisados dados sociodemográficos e antropométricos, bem como suas percepções sobre a imagem corporal. As percepções do tamanho corporal foram avaliadas utilizando-se as Escalas de Silhuetas para Crianças Brasileiras. Foi utilizada regressão logística para análise das associações.

Resultados:

A prevalência de magreza ou de peso normal em escolares que se consideravam com obesidade foi de 10%. Nenhum dos escolares com obesidade se consideraram magros ou com peso normal. Nos escolares magros, a imagem corporal desejada referente à obesidade manteve-se associada à percepção de considerar-se obeso (odds ratio = 2,64, p < 0,05). O sobrepeso, no sexo feminino, se manteve associado à condição de considerar-se magro (odds ratio = 3,07, p < 0,05).

Conclusões:

A superestimação e subestimação do tamanho corporal foram observadas entre crianças de 7 a 10 anos, particularmente do sexo feminino. Outros estudos utilizando diferentes variáveis e abordagens metodológicas são necessários para identificar, em profundidade, as causas da distorção da imagem corporal.

Introduction:

Early identification of inaccuracies in body size estimations can be fundamental to plan and accomplish more effective prevention and treatment actions related to body image perception and disorders.

Objective:

To assess the prevalence of overestimation and underestimation of body size in thin, normal-weight, and obese schoolchildren and the factors associated.

Methods:

Cross-sectional and school-based study conducted in Florianópolis, Santa Catarina, Brazil. The study was conducted with a sample of 1,530 schoolchildren from seven to ten years old enrolled at public and private schools in Florianópolis-SC, Brazil. Sociodemographic and anthropometric data, as well as their perceptions on body image, were analyzed. Perceptions of body size were evaluated using the Figure Rating Scales for Brazilian Children. Logistic regression was used to analyze associations.

Results:

The prevalence of thinness or normal-weight schoolchildren who considered themselves with obesity was 10%. None of the schoolchildren with obesity considered themselves thin or normal-weighted. Considering thin and normal-weight schoolchildren, a desired body image equivalent to obesity was associated with an overestimation of their own obesity (odds ratio = 2.64, P < 0.05). Overweight in female schoolchildren was associated with an underestimation of self-thinness (odds ratio = 3.07, P < 0.05).

Conclusions:

Self-overestimation and underestimation of body sizes were observed among 7-10 year-old schoolchildren, particularly females. Further studies using different variables and methodological approaches are needed to know in depth the causes of distorted body image.