Rev. méd. Minas Gerais; 32 (), 2022
Publication year: 2022
Introdução:
O manejo da cefaleia nas salas de urgência e emergência
deve ser baseada em uma anamnese detalhada para que o diagnóstico
e tratamento sejam adequados, entretanto não é o que se encontra nos
atendimentos. Objetivo:
Avaliar o manejo do atendimento das cefaleias em
uma sala de Urgência e Emergência. Métodos:
Estudo de corte transversal
retrospectivo, realizado através da análise de dados de 1317 prontuários
eletrônicos de pacientes com queixa de cefaleia que procuraram o serviço
de emergência do Hospital Regional de Barbacena durante o período de 01
de janeiro de 2017 a 30 de junho de 2019. Os diagnósticos relatados nos
prontuários foram classificados de acordo com os critérios da Classificação
Internacional das Cefaleias (ICHD-3). Os dados foram submetidos à
análise estatísticas, pelo teste de qui-quadrado. Considerou-se diferenças
estatisticamente significativas aquelas cujo valor p≤0,05. Resultados:
Do
total de prontuários, três foram excluídos, sendo analisados 1314. Entre
os prontuários analisados, 73,21% apresentaram diagnósticos iniciais
eram cefaleia, 16,67% migrânea e 10,12% cefaleia do tipo tensão. Já no
diagnóstico final, cefaleia correspondeu a 59,67%, migrânea a 17,95% e
cefaleia do tipo tensão a 8,52%. Em relação ao tratamento, foi receitado
opioides para 43,99% dos pacientes e para o restante foram prescritos
medicamentos não opioides. Conclusão:
O trabalho sugeriu falha no
manejo da cefaleia nas salas de urgência e emergência, provavelmente pela
limitação do conhecimento dos profissionais de saúde acerca da dor de
cabeça. O que acarretou no grande número de diagnósticos inespecíficos e
inadequada abordagem terapêutica.
Introduction:
Detailed clinical evaluation should be the basis for the
proper management of headaches in emergency rooms, in order to allow
adequate diagnosis and treatment. However, this is not usually observed
on clinical rounds. Objective:
To evaluate the management of headache
consultations in an emergency rooms. Methods:
This is a cross-section
study was performed analyzing data from 1,317 electronic medical
records of patients with headache complaints who sought treatment at the
Barbacena City Regional Hospital’s between January 1, 2017, and June
20, 2019. Medical records were classified according to the International
Classification of Headache Disorders (ICHD-3). The data collected
were statistically analyzed using chi-square tests. The study considered a
p-value≤0.05 to define statistically significant differences. Results:
Three
medical records were excluded and 1,314 were analyzed. Among the
medical records analyzed, 73.21% of initial diagnoses were classified as
headache, 16.67% as migraine, and 10.12% as tension-type headache.
Headache corresponded to 59.76% of final diagnoses, migraine to 17.95%,
and tension-type headache to 8.52%. Regarding the treatment, 43.99%
of patients were prescribed opioids for the remaining were prescribed nonopioid medications. Conclusion:
The study suggests that the management
of headaches is inadequate in emergency rooms, probably due to limited
knowledge of health professionals about headache. This resulted in a large
number of nonspecific diagnoses and inadequate therapeutic approaches.