Do ouvido ao narrado: interlocução terapeuta-sujeito com afasia em atividade com história em quadrinhos
From heard to narrated: therapist-subject with aphasia interlocution in an activity with comic books
Audiol., Commun. res; 28 (), 2023
Publication year: 2023
RESUMO Objetivo Analisar a interlocução terapeuta-sujeito com afasia no processo de interpretação e organização de história em quadrinhos. Métodos Estudo transversal, de natureza qualitativa. Os dados coletados foram de situações enunciativas audiogravadas e apresentadas descritivamente por quadros de interlocução (A1-T1) e (A2-T2), registrando atividade com Histórias em Quadrinhos (HQ), realizada em encontro do Grupo Interdisciplinar de Convivência da instituição, do qual participaram sujeitos com e sem afasia. Analisou-se a interlocução entre duas terapeutas em formação (T1 e T2) e dois sujeitos com afasia (A1 e A2). Resultados As interlocuções entre A1-T1 e A2-T2, ocorridas durante o processo de organização das HQ, evidenciaram posicionamentos diferentes das terapeutas, no que tange ao ouvido e ao narrado. A1 foi reconhecida por T1 como sujeito de linguagem, à medida que a terapeuta promoveu a disjunção, ou seja, encaminhou A1 à condição de locutor; o mesmo fato não ocorreu com A2 e T2, pois o primeiro não foi reconhecido como sujeito de linguagem, já que T2 manteve-se em conjunção, não conferindo lugar de fala a A2. Conclusão A enunciação benvenistiana configura-se como recurso teórico-metodológico para análise e intervenção clínica junto a sujeitos com afasia. O contexto de convivência grupal impõe-se como lócus de cuidado e formativo para as diferentes áreas de atenção às pessoas com afasia, articulando, interdisciplinarmente, aspectos da enunciação à prática terapêutica.
ABSTRACT Purpose To analyze the therapist-subject with aphasia interlocution in the process of interpretation and organization of comics. Methods Cross-sectional study of a qualitative nature. The data are from audio-recorded enunciative situations and presented descriptively by interlocution charts (A1-T1) and (A2-T2), registering activity with Comics, held at a meeting of the Interdisciplinary Group of Coexistence (GIC) in which subjects with and without aphasia participate. The interlocution between two therapists in training (T1 and T2) and two subjects with aphasia (A1 and A2) is analyzed.