Inflammatory Bowel Disease and Pregnancy: Is It a Marker for Adverse Outcomes?
Doença inflamatória intestinal e gravidez: Será um marcador de desfechos adversos?
Rev. bras. ginecol. obstet; 44 (10), 2022
Publication year: 2022
Abstract Objective To assess obstetric/puerperal/neonatal outcomes in an inflammatory bowel disease (IBD) population and to analyze disease characteristics that may be associated to adverse outcomes. Methods Retrospective descriptive analysis including 47 pregnant women with IBD (28 with Crohn's disease - CD and 19 with ulcerative colitis - UC) who delivered between March 2012 and July 2018 in a tertiary hospital. We reviewed clinical records to extract demographic information, previous medical history, disease subtype, activity, severity, treatment, and obstetric, puerperal, and neonatal outcome measures. Results Obstetric and neonatal complications (composite outcomes) occurred in 55.3% and 14.6% of the IBD population, respectively, and were more frequent in UC patients. Preterm birth (PTB), preeclampsia, anemia, low birth weight (LBW), and neonatal death were also more frequent in UC patients. The rate of postpartum hemorrhage (PPH) was 14.9%, and it was higher in CD patients. Women with active IBD had more obstetric/neonatal adverse outcomes (fetal growth restriction and LBW in particular) and cesarean sections. Patients with medicated IBD had less obstetric/neonatal complications (PTB and LBW in specific) and cesarean sections but more PPH. Conclusion Women with IBD may have an increased risk of obstetric/puerperal/neonatal adverse outcomes. Ulcerative colitis patients had more obstetric and neonatal complications, whereas PPH was more frequent if CD patients. Other disease characteristics were considered, which allowed a better understanding of their possible influence. Although more research is needed, this work reinforces the importance of adequate surveillance to allow prompt recognition and treatment of complications.
Resumo Objetivo Avaliar os desfechos obstétricos/puerperais/neonatais em uma população com doença inflamatória intestinal (DII) e analisar as características da doença, que podem estar associadas a desfechos adversos. Métodos Análise descritiva retrospectiva incluindo 47 gestantes com DII (28 com doença de Crohn - DC e 19 com retocolite ulcerativa - RCU) que deram à luz entre março de 2012 e julho de 2018 em um hospital terciário. Revisamos os registros clínicos para extrair informações demográficas, histórico médico prévio, subtipo da doença, atividade, gravidade, tratamento e medidas de resultados obstétricos, puerperais e neonatais. Resultados As complicações obstétricas e neonatais (desfechos compostos) ocorreram em 55,3% e 14,6% da população com DII, respectivamente; e foram mais frequentes em pacientes com RCU. Nascimento prematuro (PTB), pré-eclâmpsia, anemia, baixo peso ao nascer (BPN) e óbito neonatal também foram mais frequentes em pacientes com RCU. A taxa de hemorragia pós-parto (HPP) foi de 14,9% e foi maior em pacientes com DC. Mulheres com DII ativa tiveram mais desfechos obstétricos/neonatais adversos (restrição de crescimento fetal e BPN em particular) e cesarianas. Pacientes com DII medicada tiveram menos complicações obstétricas/neonatais (PTB e BPN em específico) e cesarianas, mas mais HPP. Conclusão Mulheres com DII podem ter um risco aumentado de desfechos adversos obstétricos/puerperais/neonatais. As pacientes com RCU apresentaram mais complicações obstétricas e neonatais, enquanto a HPP foi mais frequente em pacientes com DC. Outras características da doença foram consideradas, o que permitiu uma melhor compreensão de sua possível influência. Embora mais pesquisas sejam necessárias, este trabalho reforça a importância de uma vigilância adequada para permitir o reconhecimento e o tratamento imediatos das complicações.