Do monitoramento autônomo à pesquisa colaborativa virtual: parceria com o movimento indÃgena do Nordeste durante a pandemia da covid-19 como apoio ao controle social
From autonomous monitoring to virtual collaborative research: partnership with the indigenous movement from the Northeast region during covid-19 pandemic as support for social control
Saúde Soc; 31 (4), 2022
Publication year: 2022
Resumo Nos primeiros meses da pandemia de covid-19, em 2020, os movimentos e organizações indÃgenas da região Nordeste do Brasil estabeleceram uma extensa rede de apoio e parcerias com grupos de pesquisadores e entidades da sociedade civil para a organização de campanhas de solidariedade aos povos indÃgenas. A produção de informações gerais e dados empÃricos sobre como a doença atingiu os territórios e populações indÃgenas constituiu uma das principais estratégias de ação. Essa mobilização foi a base para a constituição de redes colaborativas que investigaram como ocorreu o enfrentamento dos povos diante da pandemia, por meio de um viés antropológico e aplicando métodos que poderÃamos definir como uma pesquisa colaborativa virtual. Este artigo, portanto, discute o potencial desse tipo de parceria para a reflexão sobre o Subsistema de Atenção à Saúde IndÃgena, argumentando que esse modelo pode constituir uma forma de apoio ao controle social exercido por parte das comunidades.
Abstract In the first months of the covid-19 pandemic, in 2020, indigenous movements and organizations in the Northeast region of Brazil established an extensive network of support and partnerships with groups of researchers and civil society entities to organize campaigns of solidarity with the indigenous peoples. The production of general information and empirical data on how the disease reached indigenous territories and populations constituted one of the main strategies for action. This mobilization was the basis for establishing collaborative networks that investigated how the indigenous peoples faced the pandemic, from an anthropological bias and applying methods that we could define as virtual collaborative research. The article, thus, discusses the potential of this type of partnership for reflection on the Indigenous Health Care Subsystem, arguing that this model can constitute a kind of support for social control exercised by the communities.