O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de sintomas depressivos em idosos residentes em comunidade e analisar a associação entre depressão, condições socioeconômicas e de saúde estratificadas por sexo. A presente investigação deriva de análise da linha de base do estudo Aging, Gender and Quality of Life (AGEQOL), é uma coorte envolvendo 2.052 indivíduos com 60 anos de idade ou mais, residentes na comunidade em um município brasileiro. Os sintomas de depressão foram avaliados pela escala de 15 itens de Depressão Geriátrica. A Regressão de Poisson foi utilizada para avaliar associações com covariáveis. Análise de Árvore de Decisão foi utilizada para investigar fatores preditores de sintomas depressivos separadamente entre homens e mulheres. A prevalência de sintomas depressivos na população estudada foi de 30,2% (34,4% entre as mulheres e 23,8% entre os homens). Para o sexo masculino, os sintomas depressivos foram explicados por faixa etária (p=0,025), doenças crônicas (p=<0,001), capacidade funcional para AIVD (p=0,005) e arranjos domiciliares (p=0,002). Para o sexo feminino, o padrão de preditores de sintomas depressivos foi significativamente diferente entre os grupos etários (p=0,005). Conclui-se que existem diferenças relevantes entre os sexos na prevalência de sintomas depressivos observados em idosos, que podem ser explicadas por idade, capacidade funcional, doenças crônicas e arranjos domiciliares.(AU)