Cuidadores domiciliares de idosos: qualidade de vida e práticas no processo de cuidar
Home caregivers of elderly: quality of life and practices in the care process

Estud. interdiscip. envelhec; 26 (3), 2021
Publication year: 2021

Objetivou-se avaliar a autopercepção da qualidade de vida dos cuidadores de idosos e conhecer as práticas no processo de cuidar. A amostra foi composta por 194 cuidadores domiciliares de idosos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, utilizando um roteiro semiestruturado e o instrumento EQ-5D-3L/ VAS. Do total, 34,5% não apresentou problemas nas cinco dimensões estudadas e declarou boa saúde (VAS médio 86,5 ±13,4).Em 65,5%, observaram-se problemas moderados e ou extremos nascinco dimensões, sendo que os extremos foram relatados somente nas dimensões dor/mal-estar e ansiedade/depressão. Administravam medicamentos 76,8% dos cuidadores, 60,3% auxiliavam com vestuário, 58,7% com o banho, 58,2% com a locomoção, 31,9% alimentação e 34% com a higiene bucal. Do total, 39,18% relatou ter dificuldades na rotina de cuidados, 12,89% estavam relacionadas à locomoção do idoso; 7,73% ao banho; 3,09% à convivência com o idoso, 0,52% à administração de medicamentos e 14,95% a outras dificuldades descritas e agrupadas em três categorias: “isolamento social” (13,80%), “conflitos de convivência” (48,27%) e “sobrecarga física e emocional” (37,93%). Houve predomínio de cuidadores do sexo feminino, revelando que o dever de cuidar ainda é cultural e socialmente considerado como característica da mulher. A imposição dos familiares, o acúmulo de funções diversas no lar e a falta de suporte familiar e financeiro explicariam a percepção de forma mais negativa do estado de saúde destas cuidadoras. A rotina de cuidados prestados aos idosos é complexa e são necessárias intervenções voltadas ao acompanhamento e capacitação destes cuidadores.(AU)
The objective was to evaluate the self-perception of the quality of life of caregivers of the elderly and to know the practices in the care process. The sample consisted of 194 home caregivers for the elderly. Data were collected through interviews, using a semi-structured script and the EQ-5D-3L /VAS instrument. Of the total, 34.5% had no problems in the five dimensions studied and declared good health (average VAS 86.5 ± 13.4). In 65.5%, moderate and/or extreme problems were observed in the five dimensions, and the extremes were reported only in the pain/malaise and anxiety/depression dimensions. 76.8% of the caregivers administered medication, 60.3% helped with clothing, 58.7% bath, 58.2% walking, 31.9% food, and 34% oral hygiene. Of the total 39.18% reported difficulties in the care routine, 12.89% was related to the elderly’s locomotion; 7.73% to the bath; 3.09% to living with the elderly, 0.52% to medication administration, and 14.95% to other difficulties described and grouped into three categories: “social isolation” (13.80%), “conflicts of living” (48.27%) and “physical and emotional overload” (37.93%). There was a predominance of female caregivers revealing that the duty to care is still, culturally and socially considered a characteristic of women. The negative self-perception of caregivers is associated with the imposition of family members, the accumulation of various functions in the home, and the lack of support. The routine of care provided to the elderly is complex and interventions aimed at monitoring and training these caregivers are necessary.(AU)

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