Observações sobre a identificação projetiva como forma de comunicação em um caso de avaliação-intervenção
Rev. Bras. Psicoter. (Online); 24 (2), 2022
Publication year: 2022
O objetivo deste artigo foi o de compreender o fenômeno da identificação projetiva que se originou em um processo de avaliação-intervenção sob a orientação psicanalítica, no atendimento de uma criança e sua família. A análise do material teve como eixo primevo as concepções de Klein e Winnicott a fim de descrever as aproximações e distanciamentos no decorrer dos encontros, sustentando as reflexões sobre a relação construída. A totalidade dos atendimentos foi marcada pela comunicação não-verbal do paciente. Sobretudo os gestos, as poucas vocalizações e os sentimentos despertados no autor tornaram-se as vias possíveis de uma comunicação. Com o holding oferecido pelo setting, o menino começou a fazer atividades por iniciativa própria, espalhando tintas e cola, fazendo montagens com papeis, uns sobre outros. O rolo de papeis servia para uma montagem no próprio corpo, tal como o fio da seda, na busca de um continente para sua mente nascente, emergente no encontro com um ego auxiliar, mente-casulo para abrigar. A experiência do atendimento e as discussões na supervisão mostraram a importância do vínculo com o paciente que favoreceu a identificação da dor mental e abertura com vistas à expansão do espaço mental a partir da dupla.(AU)
This paper aims at understanding the phenomenon of projective identification that originated in an assessmentintervention process in the treatment of a child and his family from a psychoanalytic point of view. Material analysis had Kleins and Winnicotts conceptions as a primary axis for describing the approaches and distances that took place throughout the meetings, providing the basis for the reflections on the relationship built between analyst and patient. All the encounters were characterized by the patients non-verbal communication. Notably, the gestures, the few vocalizations and the feelings that emerged in the intern became the possible means of communication. With the holding offered by the setting, the boy started doing activities on his own initiative, spreading paints and glue, creating assemblies with papers, one on top of another. The roll of paper for cleaning was used for an assembly wrapped around his own body, like a silkworm weaving threads in its metamorphosis. The encounter with an auxiliary ego allowed for a felling of continuity, a cocoon-mind for sheltering at that moment. The experience of the treatment process and the discussions with a supervisor demonstrate the importance of the bond with the patient, which favored the identification of pain and openness with a view to expanding the mental space on the duo.(AU)
El objetivo de este artículo fue comprender el fenómeno de identificación proyectiva que se originó en un proceso de evaluación-intervención bajo una orientación psicoanalítica, en la atención psicológica de un niño y su familia. El análisis del material tuvo como eje primario las concepciones de Klein y Winnicott para describir las aproximaciones y distancias durante los encuentros, sustentando las reflexiones sobre la relación construida. Todas las visitas fueron marcadas por la comunicación no verbal del paciente. Sobre todo, los gestos, las pocas vocalizaciones y los sentimientos que fueron despertados en el interno se convirtieron en un medio posibles de comunicación. Con el holding ofrecido por el setting, el niño empezó a realizar actividades por iniciativa propia, esparciendo pinturas y pegamentos, haciendo montajes con papel, uno arriba del otro. El rollo de papel de limpieza sirvió para un montaje, al envolverlo al alrededor del cuerpo, así como el gusano de seda que produce el hilo en su metamorfosis. El encuentro con un ego auxiliar permitió la sensación de continuidad, un capullo-mente para refugiarse en ese momento. La experiencia de esta atención psicológica y de las discusiones en la supervisión mostraron la importancia del vínculo con el paciente, lo que favoreció la identificación del dolor y una apertura al buscar ampliar el espacio mental de la dupla.(AU)