Reconfiguração do horário de trabalho para turnos de 12h: que impactos na saúde?
Redefining work schedules for 12-hour shifts: which health impacts?
Reconfiguración de la jornada laboral para turnos de 12 horas: ¿qué impactos en la salud?
Tempus (Brasília); 13 (2), 2019
Publication year: 2019
Num contexto normativo que amplia a margem para configuração de horários de trabalho ao abrigo de um “regime de adaptabilidade”, acentua-se o debate sobre os turnos de 12h, em virtude de uma conjuntura que mobiliza mais trabalhadores para tais horários, bem como das evidências de impactos na saúde. A partir da análise da mudança de um horário 3x8h para 2x12h numa empresa portuguesa, este estudo explora os fatores e condições considerados de risco agravado em jornadas de 12h. Os resultados revelam que os trabalhadores, no confronto com os constrangimentos do trabalho nestes horários, constroem estratégias de preservação de si e do coletivo, ainda que estas estratégias comportem custos para a saúde. A ponderação (no imediato e a longo prazo) que cada trabalhador faz sobre a sustentabilidade do trabalho em 12h convoca, simultaneamente, para debate: as especificidades do conteúdo de trabalho, a fase do percurso profissional e as suas exigências concretas, e os imperativos de conciliação com a vida fora do trabalho. (AU)
The normative context that enlarges the scope to shape work schedules under an “adaptability regime” has sharpened the debate about 12-hour shifts, given a conjuncture that leads more workers into such schedules and given the evidence of the impacts on health. Based on the analysis of the change from a 3x8h schedule into a 2x12h schedule in a Portuguese company, this study explores the factors and conditions considered to be aggravated risks in 12-hour journeys. The findings indicate that the workers, when confronted with the constraints of the work in these schedules, build preservation strategies for themselves and for the group, though such strategies entail health costs. The deliberation each worker does (immediately and in the long term) about the sustainability of the work in 12 hours calls simultaneously for debate: the specificities of the work content, the stage of the professional path and its specific demands, and the imperatives of reconciliation with life outside work. (AU)
En un contexto normativo que amplía el margen para el ajuste de la jornada laboral en virtud de un “régimen de adaptabilidad”, se intensifica el debate sobre los turnos de 12 horas, debido a una coyuntura que moviliza más trabajadores para esos horarios, así como a las evidencias de los impactos en la salud. A partir del análisis del cambio de un horario de 3 x 8 horas para 2 x 12 horas en una empresa portuguesa, este estudio explora los factores y condiciones que se consideran de riesgo agravado en jornadas de 12 horas. Los resultados revelan que los trabajadores, al enfrentarse con las limitaciones del trabajo en estos horarios, construyen estrategias de autopreservación y de preservación del colectivo, aunque estas estrategias conlleven costes para la salud. La ponderación (en lo inmediato y en el largo plazo) que cada trabajador hace sobre la sostenibilidad de trabajar 12 horas llama al mismo tiempo para el debate: los detalles del contenido del trabajo, la fase de la carrera y sus requisitos específicos, y los requisitos de reconciliación con la vida fuera del trabajo. (AU)