Associação entre comer intuitivo e consumo alimentar no diabetes tipo 2: um estudo baseado na classificação NOVA
Association between intuitive eating and food intake in type 2 diabetes: a study based on the NOVA classification
Demetra (Rio J.); 16 (1), 2021
Publication year: 2021
O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre alimentação intuitiva e padrão
alimentar, segundo a classificação NOVA, em uma população com diabetes mellitus
tipo 2 (DM2). Trata-se de estudo observacional transversal em pacientes atendidos em
um hospital universitário de Vitória-ES, Brasil. Para a coleta de dados, foi utilizado um
questionário semiestruturado, e o consumo alimentar foi avaliado pelo nível de
processamento de acordo com a classificação NOVA. O comer intuitivo foi analisado
pela Intuitive Eating Scale-2. Foram avaliados 179 indivíduos, em sua maioria mulheres
e idosos. A chance de os indivíduos consumirem alimentos não processados ou
minimamente processados dobrou nos participantes que tinham feito dieta (OR =
2,149; IC95% = 1,142-4,045; p = 0,018). Em contraste, comer com permissão
incondicional reduziu as chances de os participantes consumirem esse grupo de
alimentos em 52,7% (OR = 0,473; IC95% = 0,235-0,952; p = 0,036). Além disso, as
chances de os participantes consumirem alimentos ultraprocessados foram 2,34
vezes maiores naqueles que tinham DM2 há mais de 10 anos (OR = 2,344; IC95% =
1,114-4,933; p = 0,025). Ao avaliar o comer intuitivo, observou-se que comer em
congruência com as necessidades corporais reduziu em 45% as chances de o
indivíduo consumir alimentos ultraprocessados (OR = 0,547; IC95% = 0,309-0,968; p =
0,038). Portanto, as subescalas do comer intuitivo foram diferentemente associadas
ao consumo alimentar de acordo com o nível de processamento de alimentos em
indivíduos com DM2.
This work aimed to evaluate the association between intuitive eating and dietary
pattern, according to the NOVA classification, in a population with type 2 diabetes
mellitus (T2DM). This was an observational cross-sectional study in patients at a
university hospital in Vitória-ES, Brazil. For data collection, a semi-structured
questionnaire was used, and food intake was assessed by the level of processing
according to the NOVA classification. Intuitive eating was assessed by the Intuitive
Eating Scale-2, and 179 individuals, mostly female and elderly, were evaluated. The
chance of individuals consuming unprocessed or minimally processed foods was
doubled in those participants who had dieted (OR=2.149; CI95%=1.142-4.045; p=0.018).
In contrast, eating with unconditional permission reduced the chances of participants
consuming this group of foods by 52.7% (OR=0.473; CI95%=0.235-0.952; p=0.036).
Moreover, the chances of participants consuming ultra-processed foods was
increased by 2.34 times in those having T2DM for more than 10 years (OR=2.344;
CI95%=1.114-4.933; p=0.025). When assessing intuitive eating, it was observed that
eating in congruence with bodily needs reduced the chances of the individual
consuming ultra-processed foods by 45% (OR=0.547; CI95%=0.309-0.968; p=0.038).
Therefore, the subscales of intuitive eating were associated differently with food intake
according to the level of food processing in individuals with T2DM