Rev. Soc. Clín. Med; 20 (1), 2022
Publication year: 2022
Objetivo:
Relatar caso clinico de uma paciente com Mielite
Transversa diagnosticada com Lúpus Eritematoso Sistêmico e
Zika Vírus. Relato de Caso:
Paciente diagnosticada em Lúpus
Eritematoso Sistêmico (LES) com nefrite lúpica classe IV há 15
anos em remissão, iniciou quadro de mialgia difusa prejudicando deambulação. Após melhora espontânea do quadro, paciente
permaneceu com queixa de astenia e cefaleia intensa unilateral
esquerda recorrente, evoluindo com síncope, paraparesia em
membro inferior em caráter progressivo ascendente seguido de
crise convulsiva tipo tônico clônico generalizado de inicio disruptivo. Um primeiro exame do liquor cefalorraquidiano (LCR)
foi solicitado, sem evidência de alteração na analise bioquímica simples. Outras alterações laboratoriais foram identificadas,
além do método de reação em cadeia de polimerase (PCR) para
Zika vírus na urina e liquor cefalorraquqidiano (após recoleta)
detectáveis. Foram detectadas alterações à ressonância magnética compatíveis com mielite transversa. A investigação etiológica durou dois meses e meio, com duas internações no período.
Apesar das manifestações neurológicas do Zika Vírus serem
ordinariamente inespecíficas, raras e brandas, não se deve desconsiderar a hipótese diagnostica de mielite transversa em área
endêmica para arboviroses com manifestações neurológicas
mesmo após liquor cefalorraquidiano e outros exames inespecíficos com o achado clínico, considerando paciente remissiva do
quadro de lupus eritematoso sistêmico há 15 anos
Objective:
case report of a patient with transverse myelitis diagnosed with systemic lupus erythematosus and zika Virus. Case
report:
Patient diagnosed with Systemic Lupus Erythematosus
(SLE) with class IV lupus nephritis for 15 years in remission,
begins to have diffuse myalgia, impairing walking. After spontaneous improvement of the condition, the patient remained complaining of asthenia and recurrent left unilateral severe headache, evolving with syncope, progressive ascending paraparesis
in the lower limb, followed by a generalized tonic clonic seizure
type of disruptive onset. A first examination of the cerebrospinal
fluid (CSF) was requested, without evidence of alteration in the
simple biochemical analysis. Other laboratory alterations were
identified, in addition to the polymerase chain reaction (PCR)
for detectable Zika virus in urine and cerebrospinal liquor (after
collection). Changes were detected on magnetic resonance imaging (MRI) compatible with transverse myelitis. The etiological
investigation lasted two and a half months, with two hospitalizations in the period. Although the neurological manifestations of Zika Virus are ordinarily nonspecific, rare and mild, the
diagnostic hypothesis of transverse myelitis in an endemic area
for arboviruses with neurological manifestations should not be
disregarded even after cerebrospinal fluid and unspecific with
the other clinical, remissive of the clinical picture lupus erythemasous systemic 15 years ago.