Femina; 51 (3), 2023
Publication year: 2023
Objetivo:
Avaliar o conhecimento das puérperas em relação ao parto humanizado
e às vias de parto. Métodos:
Estudo observacional transversal com 369
puérperas que realizaram seu parto em um hospital público de Curitiba, Paraná,
Brasil. Aplicação de dois questionários que avaliaram características demográficas
e socioeconômicas, informações sobre a gestação e o pré-natal, conhecimento
de humanização e vias de parto, e atitude em relação às vias de parto.
Resultados:
Entre as puérperas, 72% afirmaram já terem ouvido falar no termo
“parto humanizado”, porém, dessas, 52,6% deram uma definição inadequada. E
48,2% obtiveram baixo conhecimento acerca das vias de parto, e 58,2% expressaram
atitude positiva em relação à cesárea. Houve associação entre conhecimento
prévio sobre parto humanizado e renda (p = 0,001), escolaridade (p < 0,0001),
número de consultas de pré-natal (p = 0,023), busca de informações sobre as
vias de parto (p < 0,0001) e preferência de parto (p = 0,011). Houve correlação
do conhecimento acerca das vias de parto com renda (p = 0,044), escolaridade
(p = 0,003), busca de informações sobre as vias de parto (p = 0,007) e atitude
em relação à cesárea (p < 0,0001). Conclusão:
Observou-se baixo conhecimento
acerca das vias de parto e parto humanizado, e características como renda, escolaridade,
busca por informações de forma independente e número de consultas
de pré-natal possuem associação com esses conhecimentos. Um pré-natal
com adequada transmissão de conhecimento relaciona-se à preferência pelo
parto normal, sendo essa uma estratégia para a redução das taxas de cesárea e,
consequentemente, da morbimortalidade materno-fetal.
Objective:
To evaluate the knowledge of postpartum women in relation to humanized
del ivery and delivery methods. Methods:
Cross-sectional observational study with
369 postpartum women who delivered in a public hospital in Curitiba, Paraná, Brazil.
Application of two questionnaires, which evaluated demographic and socioeconomic
characteristics, information about pregnancy and prenatal care, knowledge of humanization
and delivery methods, attitude towards delivery methods. Results:
72% of
postpartum women said they had already heard the term “humanized childbirth”, however,
of these 52.6% gave an inadequate definition. 48.2% had low knowledge about
delivery methods. 58.2% expressed a positive attitude towards cesarean section. There
was an association between prior knowledge about humanized childbirth and income (p = 0.001), schooling (p < 0.0001), number of prenatal consultations
(p = 0.023), search for information about delivery
methods (p < 0 .0001), birth preference (p = 0.011). There was
a correlation between knowledge about the modes of delivery
with income (p = 0.044), education (p = 0.003), search for
information about the modes of delivery (p = 0.007), attitude
towards cesarean section (p < 0.0001). Conclusion:
There was
a low knowledge about the ways of delivery and humanized
delivery, and characteristics such as income, education,
search for information independently and the number of
prenatal consultations have an association with this knowledge.
A prenatal care with adequate transmission of knowledge
is related to the preference for normal delivery, which
is a strategy for reducing cesarean rates and, consequently,
maternal-fetal morbidity and mortality.