As mulheres em Lolita: um discurso violento sobre a sexualidade feminina
The women in Lolita: a violent discourse about the female sexuality

Fractal rev. psicol; 35 (), 2023
Publication year: 2023

Resumo O presente artigo pretende construir uma leitura psicanalítica sobre as mulheres presentes em 'Lolita', obra literária de Vladimir Nabokov, publicada em 1955. O livro é a autobiografia de Humbert Humbert, de 38 anos, que tem como objeto de amor uma garota de 12 anos, a quem ele nomeia como ninfeta. O narrador defende a existência de duas categorias femininas diferentes. A primeira é atribuída às mulheres adultas, nomeadas como agentes paliativos por serem permitidas por Lei a se relacionarem sexualmente com homens; e a segunda, às diabólicas ninfetas, seu verdadeiro objeto de desejo. Partindo de uma leitura freudolacaniana sobre o feminino e apoiada nos estudos da filósofa Simone de Beauvoir sobre as categorias de representação social das mulheres, o artigo realizou um percurso a partir da fala do narrador Humbert Humbert, criador de tais categorias do feminino, para a investigação do conceito sobre fetichismo. Foi possível concluir que o discurso acerca da sexualidade feminina se constitui para benefício exclusivo de Humbert Humbert, que determina e goza com a nomeação de mulheres, ou seja, ao falar sobre o feminino, o narrador nos ajuda a produzir UM saber, voltado, na verdade, para a sexualidade masculina.(AU)
Abstract This article intends to construe a psychoanalytical reading about the women in the literary work Lolita, by Vladimir Nabokov, published in 1955. The book is the autobiography of Humbert Humbert, 38, whose love object is a 12-year-old girl whom that he names as a nymphet. The narrator argues for the existence of two different female categories. The first would be attributed to adult women, named as palliative agents as permitted by the Law to have sexual relations with men. The second to diabolical nymphets, their true object of desire. Starting from a Freudolacanian reading about the feminine and supported by the philosopher Simone de Beauvoir's studies on the categories of women's social representation, this paper will return to the narrator Humbert Humbert, creator of such categories of the feminine, to investigate concept about fetishism. At the end of the work, we were able to realize that the discourse about female sexuality is constituted for the exclusive benefit of Humbert Humbert, who determines and enjoys the naming of women, that is, by talking about the feminine, the narrator helps us to produce a knowledge, in fact, about male sexuality.(AU)
Resumen Este artículo pretende construir una lectura psicoanalítica sobre las mujeres presentes en "Lolita", obra literaria de Vladimir Nabokov, publicada en 1955. El libro es la autobiografía de Humbert Humbert, de 38 años, que tiene como objeto de amor a una niña de 12 años, a la que nombra nínfula. El narrador defiende la existencia de dos categorías femeninas diferentes. El primero se atribuiría a las mujeres adultas, nombradas como agentes paliativos por permitirles la Ley relacionarse sexualmente con los hombres. El segundo a las ninfas diabólicas, su verdadero objeto de deseo. Partiendo de una lectura freudolacaniana de lo femenino y apoyándose en los estudios de la filósofa Simone de Beauvoir sobre las categorías de representación social de la mujer, el artículo hace un recorrido desde el discurso del narrador Humbert Humbert, creador de tales categorías de lo femenino, hasta la investigación del concepto de fetichismo. Al final de la obra, pudimos percibir que el discurso sobre la sexualidad femenina se constituye para beneficio exclusivo de Humbert Humbert, quien determina y disfruta al nombrar a las mujeres, es decir, al hablar de lo femenino, el narrador nos ayuda a producir un conocimiento, de hecho, sobre la sexualidad masculina.(AU)

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