Mulheres encarceradas: relação entre autoavaliação do estado de saúde e experiências discriminatórias
Imprisoned women: relationship between self-rated health and discriminatory experiences
Mujeres encarceladas: relación entre el estado de salud autoevaluado y las experiencias discriminatorias
Tempus (Brasília); 12 (2), 2019
Publication year: 2019
Objetivou-se verificar a correlação entre autoavaliação do estado de saúde e tratamento discriminatório recebido por detentas em uma unidade prisional. Trata-se de um estudo transversal. Foi realizado um inquérito com 99 mulheres acauteladas em uma unidade prisional na cidade de Juiz de Fora-MG de setembro/2019 a fevereiro/2020. A coleta de dados deu-se através de entrevista face a face, por meio de questionário semiestruturado. Os dados foram processados através do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 15.0 e submetidos à análise descritiva e cálculo de coeficiente de correlação de Spearman. Foi realizada também a análise de componentes principais, utilizando o autovalor (Kaiser criterion) e o método de fatoração do eixo principal, rotação ortogonal (varimax). Foram encontrados resultados significativos (p<0,05) na análise de correlação entre pior autoavaliação do estado de saúde e experiências discriminatórias relacionadas a condição social e aparência física por parte de outras detentas. O total de explicação da variabilidade entre CP1 e CP3 para tratamento discriminatório por parte de funcionários foi 74,7%; por parte de outras detentas entre CP1 e CP2 foi 67,5%. Considerando a robustez da autoavaliação como indicador de saúde e qualidade de vida, podemos inferir que a vivência de experiências discriminatórias tem impacto negativo sobre o estado de saúde das mulheres privadas de liberdade. Os achados deste estudo evidenciam a necessidade de compreensão da dinâmica de saúde deste grupo sob a ótica do conceito ampliado de saúde, bem como a urgência de políticas públicas efetivas que garantam atendimento integral. (AU)
This study aimed to verify the correlation between self-rated health status and discriminatory treatment received by inmates in a prison unit. This is a cross-sectional study. An inquiry was carried out with 99 female prisoners in a prison unit in the city of Juiz de Fora-MG from September 2019 to February 2020. Data collection took place through face-to-face interviews, using a semi-structured questionnaire. The data were processed using the software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version 15.0 and submitted to descriptive analysis and calculation of Spearman’s rank correlation coefficient. The principal components analysis was also performed, using the eigenvalue (Kaiser criterion) and the main axis factorization method, orthogonal rotation (varimax). Significant results (p<0.05) were found in the analysis of the correlation between worse self-assessment of health status and discriminatory experiences by other inmates related to social condition and physical appearance by other inmates. The total explanation of the variability between CP1 and CP3 for discriminatory treatment by employees was 74.7%; by other inmates between CP1 and CP2 was 67.5%. Considering the robustness of self-assessment as an indicator of health and quality of life, we can infer that the experience of discriminatory experiences has a negative impact on the health status of women deprived of liberty. The findings of this study show the need to understand the health dynamics of this group from the perspective of the expanded concept of health, as well as the urgency of effective public policies that guarantee comprehensive care. (AU)
El objetivo fue verificar la correlación entre la autoevaluación del estado de salud y el trato discriminatorio recibido por las internas en una unidad penitenciaria. Este es un estudio transversal. Se realizó una encuesta epidemiológica a 99 mujeres atendidas en una unidad penitenciaria de la ciudad de Juiz de Fora-MG desde septiembre/2019 hasta febrero/2020. La recolección de datos se realizó mediante entrevistas cara a cara, utilizando un cuestionario semiestructurado. Los datos se procesaron mediante el software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versión 15.0 y se sometieron a análisis descriptivo y cálculo del coeficiente de correlación de Spearman. También se realizó el análisis de componentes principales, utilizando el autovalor (criterio de Kaiser) y el método de factorización del eje principal, rotación ortogonal (varimax). Se encontraron resultados significativos (p <0,05) en el análisis de la correlación entre una peor autoevaluación del estado de salud y las experiencias discriminatorias relacionadas con la condición social y la apariencia física de otras internas. La explicación total de la variabilidad entre CP1 y CP3 por trato discriminatorio por parte de los empleados fue del 74,7%; por otras internas entre CP1 y CP2 fue del 67,5%. Considerando la solidez de la autoevaluación como indicador de salud y calidad de vida, podemos inferir que la vivencia de experiencias discriminatorias tiene un impacto negativo en el estado de salud de las mujeres privadas de libertad. Los resultados de este estudio muestran la necesidad de comprender la dinámica de salud de este grupo desde la perspectiva del concepto ampliado de salud, así como la urgencia de políticas públicas efectivas que garanticen la atención integral. (AU)