Acidentes de trabalho entre trabalhadoras(es) domésticas(os) sob a perspectiva de gênero, Brasil, 2016 a 2020
Occupational injuries among domestic workers from the gender perspective, Brazil, 2016 to 2020
Accidentes laborales entre trabajadoras(es) domésticas(os) desde una perspectiva de género, Brasil, de 2016 a 2020
Rev. baiana saúde pública; 47 (1), 2023
Publication year: 2023
Trabalhadoras(es) domésticas(os) estão submetidas(os) ao risco de acidentes de trabalho (AT) devido às atividades realizadas e à vulnerabilidade social relacionada à ocupação. Assim, o objetivo deste estudo é descrever as diferenças de gênero no perfil epidemiológico dos AT entre trabalhadoras(es) domésticas(os) no Brasil. Para tanto, realizou-se um estudo de casuística descritivo utilizando notificações dos AT com trabalhadoras(es) domésticas(os) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2016 a 2020. Dos 13.957 AT registrados para esse grupo ocupacional, foram mais frequentes aqueles com mulheres e homens não brancos, com escolaridade maior que oito anos e trabalhadores formais, embora a maioria desses casos não tenha gerado a Comunicação de Acidente de Trabalho. A maioria dos AT aconteceu com mulheres de 40 a 59 anos e homens mais jovens, de 18 a 39 anos. A ocupação de caseiro representou quase a totalidade dos registros de AT entre os homens, enquanto, entre as mulheres, as ocupações mais frequentes foram as de caseira e diarista. Diagnósticos de queda, impacto ou contato com objeto perfurocortante e acidentes de transporte foram os mais comuns. Embora a proporção de registros de AT entre ambos os sexos seja semelhante, os homens apresentam alguns indicadores de maior vulnerabilidade, e a maior formalidade em seus registros indica a invisibilidade das trabalhadoras domésticas mulheres e informais.
Domestic workers are at risk of occupational injuries (OI) due to the activities performed and the social vulnerability related to the occupation. Thus, the aim of this study is to describe gender differences in the epidemiological profile of OI among domestic workers in Brazil. Tio that end, a descriptive casuistry study using notifications of OI with domestic workers from the Notifiable Diseases Information System (SINAN), Brazil, was carried out from 2016 to 2020. Of the 13,957 OI registered for this occupational group, those with non-white women and men, with more than eight years of formal education and registered worker were more frequent, although most of these cases did not result in a Work Accident Communication. Most OI occurred with women aged 40 to 59 years and younger men, aged 18 to 39 years. The occupation housekeeping represented almost the totality of OI records among men, whereas among women, the most frequent occupations were housekeepers and day laborers. Diagnoses of falls, impact, or contact with sharp objects and transport accidents were the most common. Although the proportion of OI records between both sexes is similar, men show some indicators of greater vulnerability, and the greater formality in their registries indicates the invisibility of female and informal domestic workers.
Las(os) trabajadoras(es) domésticas(os) están sujetos al riesgo de accidentes de trabajo (AT), por las actividades que realizan y por la vulnerabilidad social de la ocupación. Este estudio tuvo por objetivo describir las diferencias de género en el perfil epidemiológico de AT entre trabajadoras(es) domésticas(os) en Brasil. Para ello, se realizó un estudio casuístico, descriptivo, con notificaciones de AT en trabajadoras(es) en el Sistema de Información de Enfermedades de Declaración Obligatoria (SINAN), recabadas entre 2016 y 2020. De los 13.957 AT registrados para este grupo ocupacional, la mayoría sucedió a mujeres y hombres no blancos, con más de ocho años de educación formal y a trabajadores informales, aunque la mayor parte de ellos no contó con la Comunicación por Accidente de Trabajo. La mayoría ocurrió en mujeres de 40 a 59 años y en hombres más jóvenes de 18 a 39 años. Los cuidadores de casas representaban casi todos los registros entre los hombres, mientras que, entre las mujeres, fueron las cuidadoras de casas y señoras de la limpieza a tiempo parcial. Los diagnósticos de caídas, impacto o contacto con objetos cortopunzantes y accidentes de transporte fueron los más frecuentes. Aunque la proporción de registros de AT entre ambos sexos es similar, los hombres muestran algunos indicadores de mayor vulnerabilidad, y la mayor formalidad de esos registros indica la invisibilidad de las trabajadoras de la limpieza y las trabajadoras informales.