Clinical-epidemiological characterization of women who received post-exposure HIV prophylaxis in a public hospital in Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Caracterização clínico-epidemiológica de mulheres que receberam a profilaxia pós-exposição ao HIV em um hospital público de Porto Alegre, Rio Grande do Sul

DST j. bras. doenças sex. transm; 35 (), 2023
Publication year: 2023

Introduction:

Prevention strategies are key to combating the epidemic of infections such as HIV and syphilis. The epidemiological scenario of Porto Alegre/RS for these infections shows the need for greater efforts in the area of prevention, seeking to characterize both the population that uses these strategies and the services involved in the care of exposed people.

Objective:

This study aimed to characterize the clinical and epidemiological profile of patients who received post-exposure prophylaxis (PEP) to HIV treated in a public hospital in Porto Alegre/RS.

Methods:

This is a retrospective, research, descriptive study based on the Clinical Protocol and Therapeutic Guidelines for PEP, updated in 2018 by the Ministry of Health. Prophylaxis request forms and medical records of patients treated were analyzed.

Results:

The population consisted of 87 women who received PEP from January to September 2019. There was a predominance of women aged between 20 and 29 years old (55.2%). The most frequent sexual exposure was consensual (69.0%) followed by sexual assault (31.0%). Porto Alegre was the place of residence of most patients (73.6%). The most frequently used therapeutic regimen was the combination of atazanavir, ritonavir, and tenofovir plus lamivudine. On the first visit, 8.0% of the patients showed reactive results for the treponemal syphilis test. Only 23.0% and 14.9% of patients returned for anti-HIV tests in the first and third months after exposure, respectively, and the results were non-reactive. Only 19 patients (21.8%) attended the consultations between 0 and 28 days after PEP.

Conclusion:

It was identified that a considerable percentage of women already had reactive serology for syphilis, most women did not return for follow-up within 28 and 90 days after the first consultation, more than half of the women were aged between 20 and 29 years old, and the most frequent sexual exposure was consensual. In this sense, efforts are needed, such as adequate counseling, adoption of interventions such as sending messages by cell phone, telephone calls, and preparation of educational materials, seeking to improve adherence to treatment and follow-up in the service, which is important given the scenario of epidemiology in Porto Alegre.

Keywords:

HIV. Sexually transmitted diseases. Post-exposure prophylaxis. Disease prevention

Introdução:

Estratégias de prevenção são fundamentais para o combate à epidemia de infecções como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sífilis. O cenário epidemiológico de Porto Alegre/RS para essas infecções mostra a necessidade de maiores esforços na área de prevenção, buscando caracterizar tanto a população que utiliza essas estratégias quanto os serviços envolvidos no atendimento das pessoas expostas.

Objetivo:

Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico das pacientes que receberam a profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV atendidas em um hospital público de Porto Alegre/RS.

Métodos:

Trata-se de um estudo retrospectivo, documental, descritivo e baseado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para PEP, atualizado em 2021 pelo Ministério da Saúde. Foram analisados os formulários de solicitação da profilaxia e prontuários das pacientes atendidas.

Resultados:

A população foi composta de 87 mulheres que receberam a PEP no período de janeiro a setembro de 2019. Predominaram mulheres com idades entre 20 e 29 anos (55,2%). A exposição sexual mais frequente foi a consentida (69,0%), seguida pela violência sexual (31,0%). Porto Alegre foi o local de residência da maioria das pacientes (73,6%). O esquema terapêutico utilizado com maior frequência foi a combinação com atazanavir, ritonavir e tenofovir associado à lamivudina. No primeiro atendimento, 8,0% das pacientes demonstraram resultados reagentes para o teste treponêmico de sífilis. Retornaram para a realização dos testes anti-HIV no primeiro e terceiro mês após a exposição apenas 23,0 e 14,9% das pacientes, respectivamente, e os resultados foram não reagentes. Apenas 19 delas (21,8%) compareceram às consultas entre zero e 28 dias posteriores à PEP.

Conclusão:

Foi identificado que um percentual considerável de mulheres já apresentava sorologia reagente para sífilis, a maioria das mulheres não retornou para o seguimento no período de 28 e 90 dias após o primeiro atendimento, mais da metade delas tinha idade entre 20 e 29 anos e a exposição sexual mais frequente foi a consentida. Nesse sentido, são necessários esforços como aconselhamento adequado, adoção de intervenções como o envio de mensagens pelo celular, ligações telefônicas e elaboração de materiais educativos, buscando a melhoria da adesão ao tratamento e do acompanhamento no serviço, o que é importante diante do cenário epidemiológico de Porto Alegre.Palavras-chave: HIV. Infecções sexualmente transmissíveis. Profilaxia pós-exposição. Prevenção

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