Distúrb. comun; 35 (2), 2023
Publication year: 2023
Objetivo:
investigar as alterações fonoaudiológicas encontradas em casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, bem como analisar a evolução e o desfecho dos casos atendidos por fonoaudiólogos. Método:
Estudo transversal, produzido por meio da aplicação de questionários com fonoaudiólogos clínicos que atendiam a crianças e adolescentes nos estados do Paraná e Santa Catarina. A exploração dos dados foi pautada na metodologia de Análise do Conteúdo (AC). Resultados:
Dos 75 fonoaudiólogos pesquisados, 52% atenderam a crianças e/ou adolescentes suspeitos ou confirmados de sofrerem violência. Deste número, 59,5% dos profissionais continuaram acompanhado os casos e 40,5% descontinuaram o acompanhamento. Conclusão:
As alterações na linguagem foi a queixa fonoaudiológica mais encontrada nas vítimas. Em muitos casos não foi possível obter informações sobre o desfecho da situação de violência, devido ao abandono do trabalho fonoaudiológico. Nas situações com desfechos favoráveis, este acontecimento ocorreu devido à remoção do agressor do contexto familiar, o acompanhamento de todos os envolvidos ou o encaminhamento da vítima para tratamentos interdisciplinares. Com relação ao desenrolar da queixa fonoaudiológica, os casos que tiveram evolução, foram os acompanhados de maneira interdisciplinar, principalmente com tratamento psicólogo dos envolvidos. Pode-se notar, também, que os profissionais que relacionaram a queixa fonoaudiológica com a situação de violência atuaram de forma mais humanizada, olhando o sujeito como um todo, permitindo o seu progresso terapêutico. (AU)
Purpose:
This study aimed to investigate the speech-language disorders found in cases of domestic violence against children and adolescents and to analyze the evolution and outcome of cases assisted by Speech, Language Pathology and Audiology professionals. Methods:
Cross-sectional study, produced through the application of questionnaires to clinical Speech, Language Pathology and Audiology professionals who assisted children and adolescents in the states of Paraná and Santa Catarina. Data exploration was based on the Content Analysis methodology. Results:
Of the 75 Speech, Language Pathology and Audiology professionals surveyed, 52% assisted children and/or adolescents suspected or confirmed to be victims of violence. Regarding this number, 59.5% of the professionals continued to monitor the cases, and 40.5% discontinued the follow-up. Conclusion:
Language changes comprised the speech-language pathology complaint most found in the victims. In many cases, it was not possible to obtain information about the outcome of the situation of violence due to the abandonment of Speech, Language Pathology and Audiology work. In situations with favorable outcomes, this event occurred due to the removal of the aggressor from the family context, the monitoring of all those involved, or the referral of the victim to interdisciplinary treatments. Regarding the development of the speech-language pathology complaint, the cases that evolved were followed up in an interdisciplinary manner, mainly with psychological treatment for those involved. Professionals who related the speech-language pathology complaint to the situation of violence acted more humanely, looking at the subjects as a whole and allowing their therapeutic progress. (AU)
Propósito:
investigar los trastornos del habla y el lenguaje encontrados en casos de violencia doméstica contra niños y adolescentes, así como analizar la evolución y el rechazo de dos casos tratados por logopedas. Método:
Estudio transversal, producido a través de la aplicación de cuestionarios con logopedas clínicos que atendían a niños y adolescentes en los estados de Paraná y Santa Catarina. La exploración de datos se basó en la metodología de Análisis de Contenido (CA). Resultados:
De los 75 fonoaudiólogos encuestados, el 52% asiste a niños y/o adolescentes sospechosos o confirmados de ser víctimas de violencia. De ese número, 59,5% de los profesionales continuaron con el acompañamiento de los casos y 40,5% interrumpieron el seguimiento. Conclusión:
Los cambios en el lenguaje fueron la queja de patología del habla y lenguaje más frecuente en las víctimas. En muchos casos no fue posible obtener información sobre el desenlace de la situación de violencia, debido al abandono del trabajo logopédico. En situaciones con resultados favorables, este evento se produjo por la separación del agresor del contexto familiar, el seguimiento de todos los implicados o la derivación de la víctima a tratamientos interdisciplinarios. En cuanto a la evolución del cuadro patológico del habla-lenguaje, los casos que evolucionaron fueron seguidos de manera interdisciplinaria, principalmente con tratamiento psicológico para los involucrados. También se puede notar que los profesionales que relacionaron la denuncia de fonoaudiología con la situación de violencia actuaron de forma más humana, mirando al sujeto como un todo, permitiendo su progreso terapéutico.(AU)