Rev. Bras. Cancerol. (Online); 68 (4), 2022
Publication year: 2022
Introdução:
O tratamento do câncer provoca efeitos adversos que podem alterar o consumo alimentar e, consequentemente, a ingestão de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Objetivo:
Aplicar o Índice de Fitoquímicos (IF) da dieta nos registros alimentares de pacientes em tratamento oncológico. Método:
Estudo transversal com indivíduos em tratamento oncológico. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas dos participantes para caracterização da população. Os dados alimentares foram obtidos por meio de recordatório alimentar de 24 horas e inseridos no software Nutrabem Pro® para obtenção dos valores de macro e micronutrientes, bem como dos fitoquímicos. Para avaliar o IF, aplicou-se a fórmula proposta por McCarty. Resultados:
Participaram do estudo 50 pacientes predominantemente do sexo feminino e com média da idade de 58±12,1 anos. A média geral do IF foi de 20,44±11,55, e a ordem crescente de consumo foi: luteína-zeaxantina, alfacaroteno, licopeno, criptoxantina e betacaroteno. Os alimentos que mais contribuíram para a ingestão dos fitoquímicos foram:
beterraba, cenoura e abóbora-japonesa para beta e alfacaroteno; laranja e mamão para betacriptoxantina; molho de tomate, melancia e mamão para licopeno; almeirão e beterraba para luteína/zeaxantina; e maçã, banana e azeite para fitoesterol. O IF não se associou com as variáveis sociodemográficas e clínicas da população. Conclusão:
Os pacientes em tratamento oncológico apresentaram baixo consumo de fitoquímicos. Esse resultado condiz com a ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, as quais representam as principais fontes de carotenoides nas refeições, além do baixo consumo de oleaginosas e sementes, que configuram uma importante fonte de fitoesteróis
Introduction:
Cancer treatment causes adverse effects that can change food consumption and consequently the intake of vitamins, fiber and phytochemicals. Objective:
To apply the dietary Phytochemical Index (PI) in the food records of patients undergoing cancer treatment. Method:
Cross-sectional study with individuals in cancer treatment. The participants’ sociodemographic and clinical information was collected to characterize the population. Feeding was obtained through a 24-hour dietary recall and entered into the Nutrabem Pro® software to obtain macro and microchemical values, as well as phytochemical data. To evaluate the study with PI, the formula proposed by McCarty was applied. Results:
Ten patients, predominantly females, with an average age of 58±2.1 years participated of the study. The overall mean of PI was 20.44±11.55, and the rising order of consumption was: lutein-zeaxanthin, alpha-carotene, lycopene, cryptoxanthin and beta-carotene. The foods that contributed the most for the intake of phytochemicals were:
beetroot, carrots and Japanese pumpkin for beta and alpha-carotene; orange and papaya for beta-cryptoxanthin; tomato sauce, watermelon and papaya for lycopene; chicory and beetroot for lutein/zeaxanthin; and apple, banana and olive oil for phytosterol. PI was not associated with sociodemographic and clinical variables of the population. Conclusion:
Patients in cancer treatment had a low consumption of phytochemicals. This result is consistent with an insufficient intake of fruits and vegetables, as they represent the main sources of carotenoids in meals, in addition to the low consumption of oilseeds and seeds, which are an important source of phytosterols
Introducción:
El tratamiento del cáncer provoca efectos adversos que pueden modificar el consumo de alimentos y consecuentemente la ingesta de vitaminas, minerales, fibra y fitoquímicos. Objetivo:
Aplicar el Índice Fitoquímico dietético (IF) en los registros alimentarios de pacientes en tratamiento oncológico. Método:
Estudio transversal con individuos en tratamiento oncológico. Se recopiló la información sociodemográfica y clínica de los participantes para caracterizar la población. Los datos alimentarios se obtuvieron a través de un registro alimentario de 24 horas y se ingresaron al software Nutrabem Pro® para obtener valores de macro y micronutrientes, así como fitoquímicos. Para evaluar la FI se aplicó la fórmula propuesta por McCarty. Resultados:
Participaron del estudio 50 pacientes, predominantemente del sexo femenino, con una edad media de 58±12,1 años. La media general de FI fue de 20,44±11,55, y el orden creciente de consumo fue: luteína-zeaxantina, alfacaroteno, licopeno, criptoxantina y betacaroteno. Los alimentos que más contribuyeron a la ingesta de fitoquímicos fueron:
remolacha, zanahoria y calabaza japonesa para beta y alfacaroteno; naranja y papaya para betacriptoxantina; salsa de tomate, sandía y papaya para licopeno; achicoria y remolacha para luteína/ zeaxantina; y manzana, plátano y aceite de oliva para fitosterol. El FI no se asoció con las variables sociodemográficas y clínicas de la población. Conclusión:
Los pacientes en tratamiento oncológico presentaron un bajo consumo de fitoquímicos. Este resultado es consistente con el consumo insuficiente de frutas y verduras, que representan las principales fuentes de carotenoides en las comidas, además del bajo consumo de oleaginosas y semillas, que son una fuente importante de fitoesteroles