Telemedicina em Cuidados Paliativos Oncológicos: um Legado da Pandemia
Telemedicine in Cancer Palliative Care: a Legacy of the Pandemic
Telemedicina en Cuidados Paliativos Oncológicos: un Legado de la Pandemia

Rev. Bras. Cancerol. (Online); 69 (1), 2023
Publication year: 2023

Introdução:

A telemedicina pode ser um instrumento útil para o acompanhamento de pacientes em cuidados paliativos, especialmente no contexto da pandemia por covid-19.

Objetivo:

Descrever o uso da telemedicina para pacientes em cuidados paliativos oncológicos acompanhados ambulatorialmente em uma unidade de referência nacional.

Método:

Análise retrospectiva de teleatendimentos médicos realizados entre abril de 2020 e fevereiro de 2021 a pacientes da unidade acompanhados ambulatorialmente. Foram analisados dados demográficos e clínicos dos pacientes, características do teleatendimento e conduta médica, e feita uma avaliação subjetiva com os profissionais responsáveis pelos teleatendimentos.

Resultados:

Foram realizados 1.645 teleatendimentos médicos a 470 pacientes com idade média de 62 (54-73) anos, sendo a maioria do sexo feminino (n=258; 54,9%) e com Karnofsky Performance Status estimado em 40% ou superior (n=423; 90,0%) no momento do primeiro contato a distância. Os teleatendimentos foram realizados, em sua maior parte (n=928; 56,4%), para o monitoramento da carga de sintomas entre as consultas presenciais. Destes, em 612 (frequência relativa=65,9%), houve sintoma controlado no teleatendimento subsequente. A queixa mais prevalente foi dor (n=303; frequência relativa=32,7%) seguida por sintomas gripais (n=108; frequência relativa=11,6%). Entre as condutas traçadas, a mais prevalente (n=921; 56,0%) foi o comparecimento apenas do responsável pela retirada dos medicamentos, sem necessidade de deslocamento do paciente.

Conclusão:

A telemedicina mostrou-se útil na monitorização de sintomas de pacientes com câncer avançado e permitiu que pacientes e cuidadores se mantivessem em seus domicílios, reduzindo o deslocamento e, consequentemente, o risco de contágio por covid-19.

Introduction:

Telemedicine can be a useful tool for monitoring patients in palliative care, especially in the context of the COVID-19 pandemic.

Objective:

To describe the use of telemedicine for outpatients followed up in an Oncological Palliative Care unit in a national reference hospital.

Method:

A retrospective analysis of medical teleconsultations performed between April 2020 and February 2021 to outpatients followed up at the unit. Demographic and clinical data of patients, telehealth characteristics and medical management were analyzed. A subjective evaluation was carried out with the professionals responsible for the calls.

Results:

1,645 medical teleconsultations were carried out to 470 patients with a mean age of 62 (54-73) years, mostly females (n=258; 54.9%) and with Karnofsky Performance Status estimated at 40% or higher (n=423; 90.0%) at the time of the first remote contact. Most of the teleconsultations were carried out (n=928; 56.4%) to monitor the burden of symptoms between in-person consultations. Of these, 612 (relative frequency=65.9%) controlled the symptom in the subsequent telehealth. The most prevalent complaint was pain (n=303; relative frequency=32.7%) followed by flu-like symptoms (n=108; relative frequency=11.6%). Of the clinical conducts planned, the most prevalent (n=921; 56.0%) was only for the person responsible to pick up the medications, the patient did not need to go to the hospital.

Conclusion:

Telemedicine proved to be useful in monitoring symptoms of patients with advanced cancer and it allowed patients and caregivers to stay in their homes, reducing displacement and, consequently, the risk of contagion by COVID-19.

Introducción:

La telemedicina se muestra una herramienta útil para el seguimiento de pacientes en cuidados Paliativos, especialmente en el contexto de la pandemia de covid-19.

Objetivo:

Describir el uso de la telemedicina para pacientes en cuidados paliativos oncológicos en seguimiento ambulatorio en un hospital de referencia nacional.

Método:

Análisis retrospectivo de las teleconsultas médicas realizadas entre abril de 2020 y febrero de 2021 a pacientes ambulatorios seguidos en el hospital. Se analizaron datos demográficos y clínicos de los pacientes, características de la teleconsulta y gestión médica. Fue realizada una evaluación subjetiva con los profesionales responsables de los servicios que hacían el atendimiento en telemedicina.

Resultados:

Fueran hechas 1645 llamadas médicas a 470 pacientes con una edad promedio de 62 años (54-73), la mayoría eran mujeres (n=258; 54,9%) y con Karnofsky Performance Status estimado en 40% o superior (n=423; 90,0%) en el momento del primer contacto a distancia. La mayoría de las llamadas fueran realizadas (n=928; 56,4%) para monitorear la carga de síntomas entre consultas presenciales. De estos, 612 (frecuencia relativa=65,9%) controlaron el síntoma en la llamada siguiente. La queja más prevalente fue el dolor (n=303; frecuencia relativa=32,7%) seguido de síntomas gripales (n=108; frecuencia relativa=11,6%). Entre los procedimientos señalados, el más prevalente (n=921; 56,0%) fue la asistencia únicamente de la persona responsable de tomar la medicación, sin necesidad de desplazamiento del paciente.

Conclusión:

La telemedicina demostró ser útil en el seguimiento de los síntomas de los pacientes con cáncer avanzado y permitió que los pacientes y cuidadores se quedasen en sus hogares, reduciendo el desplazamiento y, en consecuencia, el riesgo de contagio por covid-19.

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