Braz. j. urol; 28 (3), 2002
Publication year: 2002
Introdução:
Um dos objetivos do tratamento do refluxo vesicoureteral (RVU) é evitar o aparecimento de cicatrizes renais. O exame de escolha para avaliação do parênquima renal é a cintilografia com DMSA (99mTc ácido dimercaptossuccínico). Por outro lado, a ultra-sonografia, devido a sua praticidade, ausência de morbidade e baixo custo, tem-se tornado um exame rotineiro no acompanhamento dos pacientes portadores de patologias urológicas. O objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia da ultra-sonografia na detecção de cicatrizes renais nos pacientes portadores de RVU. Material e métodos:
Foram avaliados retrospectivamente 88 pacientes tratados em nossa instituição que realizaram ultra-som e DMSA durante a avaliação urológica. Todos os exames ultra-sonográficos foram revisados por um único radiologista com experiência em patologias renais. As cicatrizes renais foram classificadas como focais ou generalizadas. Os achados ao ultra-som foram comparados à cintilografia, e foram determinados os seguintes parâmetros: valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, sensibilidade e especificidade do método. Resultados:
Dos 41 pacientes que apresentavam sinais sugestivos de cicatriz renal ao ultra-som, houve confirmação deste achado em 36. Por outro lado, dentre os 47 pacientes que apresentavam ultra-som normal, houve o achado de 14 cicatrizes renais. O valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, sensibilidade e especificidade da ultra-sonografia foram de 87,5 porcento, 61 porcento, 66 porcento e 84 porcento, respectivamente. A estratificação dos pacientes demonstrou que quando as cicatrizes são focais a correlação é de apenas 32 porcento, enquanto que é de 96,5 porcento, quando a lesão é generalizada. Conclusão:
O exame ultra-sonográfico renal, quando realizado por operador experiente e em equipamento de alta resolução, apresenta boa acurácia, na detecção de cicatrizes generalizadas do rim, no entanto tem um papel limitado na detecção de cicatrizes focais.