Resistir para pesquisar, pesquisar para resistir: construindo uma sustentabilidade afetiva na universidade
Withstand to research, research to withstand: building an affective sustainability at the university
Resistencia a la búsqueda para resistir: sostenibilidad afectiva en la universidad
Psicol. rev. (Belo Horizonte); 26 (1), 2020
Publication year: 2020
A exigência crescente por pesquisas científicas já se tornou cotidiana nas universidades de nosso país, especialmente naquelas que mantêm um conjunto expressivo de cursos com formação em stricto sensu. O objetivo deste artigo consiste em problematizar essa demanda, explorando dois ângulos do conceito de resistência: a resistência necessária para acolher e lidar com as exigências burocráticas presentes no exercício do pesquisar, e resistência desenhada nas possibilidades de fazer das pesquisas um exercício vivo de pensamento. Esses dois ângulos, que coexistem em nosso tempo histórico, colocam aos pesquisadores o desafio de criar uma prática de pesquisa aliada da transformação social, mas também conectada a experimentação dos afetos e seus desdobramentos. Ao fim do estudo, será possível demonstrar que a prática das pesquisas implica dimensões burocráticas, mas vai muito além delas, testemunhando também a relevância de formar pesquisadores sensíveis, capazes de acolher e analisar realidades sociais de modo afetivo e contextualizado.
The growing requirement for scientific research has already become a daily procedure at the universities of our country, especially those who maintain a significant set of stricto sensu training courses. The goal of this article is to discuss this demand, exploring two angles of the concept of resistance: the resistance needed to receive and deal with the bureaucratic requirements present in the act of researching and resistance designed in the possibilities of turning researches into a living exercise of thought. These two angles, which coexist in our historical time, bring to researchers the challenge of creating a research practice allied to social transformation, but also connected to the experience of affections and their developments. At the end of the study, it will be possible to show that the practice of research implies bureaucratic dimensions, but goes far beyond them, witnessing also the relevance of graduating sensitive researchers, able to receive and analyze social realities in an affective and contextualized way.
El requisito creciente para la investigación científica se ha convertido en algo cotidiano en las universidades de nuestro país, especialmente en aquellas que mantienen un importante conjunto de cursos de formación en el nivel stricto sensu. El objetivo de este artículo es discutir esta demanda, explorando dos ángulos del concepto de resistencia: la resistencia necesaria para recibir y tratar las burocracias en el ejercicio de pesquisar, y las posibilidades de investigar el ejercicio del pensamiento. Estos dos ángulos, que coexisten en nuestro tiempo histórico, pusieron a los investigadores el desafío de crear una práctica de investigación aliada a la transformación social, pero también conectada a la experimentación de los afectos y sus desarrollos. Al final del estudio, será posible mostrar que la práctica de la investigación implica dimensiones burocráticas, pero va mucho más allá de ellas, asistiendo también a la pertinencia de formar investigadores sensibles, capaces de acoger y analizar las realidades sociales de modo afectivo y contextualizado.