Psicopatologia dos objetos transicionais: o olhar de Winnicott para a clÃnica das adicções
Transitional objects psychopathology: Winnicott's look at the addictions clinic
PsicopatologÃa de los objetos transicionales: la mirada de Winnicott hacia la clÃnica de adicciones
Psicol. rev. (Belo Horizonte); 26 (3), 2020
Publication year: 2020
Este trabalho tem por objeto as contribuições de Donald W. Winnicott acerca do fenômeno das toxicomanias, com o objetivo de apontar os desafios dessa clÃnica em nossas instituições de saúde. É apresentada uma sÃntese construÃda com base no trabalho do autor Décio Gurfinkel acerca do estatuto psicopatológico das adicções, numa perspectiva psicanalÃtica, para, posteriormente, pensá-lo à luz dos conceitos do processo de maturação de Winnicott. Ao fim, são empregados os conceitos apresentados para problematizar o campo das práticas clÃnicas. O fenômeno da toxicomania é apontado como extravio dos fenômenos transicionais ante a falha da sustentação ambiental para as experiências de ilusão primária, colocando o foco do trabalho clÃnico junto a esses usuários na sustentação da própria relação de cuidado, espaço potencial fértil para o sonhar e o simbolismo que se encontram alienados do sujeito adicto. Coloca-se como desafio para as instituições o aspecto tóxico que podem ganhar essas relações.
The contributions of Winnicott on the phenomenon of drug addiction are the object of this paper, being its aim to point out the challenges posed to this clinic in our health institutions. A synthesis from the work of Gurfinkel concerning the psychopathological status of addictions from a psychoanalytic point of view is discussed in accordance with the concepts of WinnicottÂ’s maturing period. At the end, the concepts presented are used to problematize the field of clinical practice. Drug addiction is pointed out as a misplacement of transitional phenomena before the failure of environmental support for the experiences of primary illusion. Thus, the clinical work focus with these patients is set on the support of the care relationship itself, a fertile potential space for dreaming and symbolism, from which the addicted subject is alienated. The toxic aspect that can permeate these relationships is a challenge posed to the health institutions.