Mortalidade por suicídio no Brasil: análise temporal (2010-2021) e comparação com os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19
Suicide mortality in Brazil: temporal analysis (2010-2021) and comparison with the first two years of the COVID-19 pandemic

Rev. Ciênc. Saúde; 13 (3), 2023
Publication year: 2023

Objetivo:

Analisar casos de suicídio no Brasil de 2010 a 2021 e as características sociodemográficas deste fenômeno, incluindo os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19, para avaliar a existência de relação dos aumentos de casos de suicídio no Brasil com esta doença.

Métodos:

Estudo ecológico de linhas temporais, com 140.339 casos analisados a partir das bases de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Taxas e regressões estatísticas foram aplicadas no software STATA®.

Resultados:

Observou-se maiores taxas de suicídio em homens, solteiros, e residentes nas regiões Sul e Centro-Oeste. A faixa etária de 10 a 19 anos teve crescimento de 1,7 casos x 100 mil habitantes/ano. A análise por região revelou variações significativas nas taxas, sugerindo influência de fatores contextuais. Embora a pandemia tenha gerado impactos na saúde mental, não foi possível estabelecer relação direta entre a COVID-19 e o aumento das taxas de suicídio.

Conclusão:

Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas e intervenções preventivas, especialmente para grupos vulneráveis, como os jovens. Abordagem multifatorial é sugerida, considerando fatores socioeconômicos, acesso a serviços de saúde mental e redução do estigma associado com doenças mentais. Em suma, este estudo contribui para a compreensão das tendências temporais e características demográficas dos suicídios no Brasil, ressaltando a importância de investigações longitudinais adicionais para melhor compreensão desse fenômeno complexo. Espera-se que essas evidências fortaleçam as políticas de saúde mental e promovam estratégias mais eficazes de prevenção do suicídio.

Objective:

To analyze suicide cases in Brazil from 2010 to 2021 and the sociodemographic characteristics of this phenomenon, including the first two years of the COVID-19 pandemic, to assess whether there was a relationship between the increase in suicide cases in Brazil and this illness.

Methods:

Ecological timeline study, with 140,339 cases analyzed from the Mortality Information System (SIM) databases. Rates and statistical regressions were performed using STATA® software.

Results:

Higher suicide rates in men, singles, and residents of the South and Midwest regions were observed. The age group of 10–19 years had an increase of 1.7 cases x 100 thousand inhabitants/year. Analysis by region revealed significant variations in rates, suggesting the influence of contextual factors. Although the pandemic affected mental health, it was not possible to establish a direct relationship between COVID-19 and increased suicide rates.

Conclusion:

These results reinforce the need for public policies and preventive interventions, especially for vulnerable groups such as young people. A multifactorial approach is suggested that considers socioeconomic factors, access to mental health services, and reduced stigma associated with mental illness. In short, this study contributes to understanding the temporal trends and demographic characteristics of suicides in Brazil, highlighting the importance of further longitudinal investigations to better understand this complex phenomenon. Hopefully, this evidence will strengthen mental health policies and promote more effective suicide prevention strategies.

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