O impacto do uso de métodos contraceptivos orais na função sexual de mulheres em idade reprodutiva
The impact of the use of oral contraceptive methods on the sexual function of women of reproductive age

FEMINA; 51 (5), 2023
Publication year: 2023

Objetivo:

Investigar o impacto dos contraceptivos orais hormonais na função sexual de mulheres.

Métodos:

Estudo transversal realizado por meio do questionário traduzido e validado “Índice da Função Sexual Feminina”, capaz de estimar o risco de disfunção sexual feminina. Dados sociodemográficos, ginecológicos, medicamentosos e outros foram avaliados e correlacionados estatisticamente a esse escore, estimando possíveis causas da disfunção sexual, com destaque para o uso de anticoncepcional oral. O estudo foi baseado em uma amostragem por conveniência, incluindo mulheres > 18 anos em idade reprodutiva, de 04/01/2021 a 04/01/2022, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão.

Resultados:

Participaram deste estudo 105 mulheres com média e desvio-padrão de idade de 23,4 ± 3,8 anos, predominantemente heterossexuais (84,0%) e bissexuais (13,2%). A maioria delas (93,4%) utiliza métodos contraceptivos, sendo esses anticoncepcional oral (45,3%), DIU hormonal (19,8%) e camisinha (17,0%). A composição hormonal mais utilizada foi levonorgestrel (26,4%) e etinilestradiol (25,5%). Oitenta por cento das mulheres são sexualmente ativas, 69,3% delas têm parceria fixa, 42,5% tinham relações quase sempre e 33,0% referiam que as relações sexuais eram sempre satisfatórias. Houve boa adequação da amostra (0,865) e significância estatística (p < 0,0001). Utilizar ou não método contraceptivo apresentou diferença nos domínios desejo, satisfação e dor. Contudo, as questões do histórico sexual foram as que mais apresentaram relevância estatística em relação aos domínios.

Conclusão:

Apesar de outros estudos serem necessários para provar a hipótese de que os contraceptivos orais têm impacto negativo na função sexual feminina, é clara a importância de os profissionais de saúde já estarem cientes dessa possibilidade e saberem como abordá-la.

Objective:

To investigate the impact of hormonal oral contraceptives on women’s sexual function.

Methods:

Cross-sectional study carried out using the translated and validated questionnaire “Index of Female Sexual Function”, capable of estimating the risk of female sexual dysfunction. Sociodemographic, gynecological, medication and other data were evaluated and statistically correlated to this score, estimating possible causes of sexual dysfunction, with emphasis on the use of oral contraceptives. The study was based on a convenience sample, including women > 18 years of reproductive age, from 01/04/2021 to 01/04/2022, following inclusion and exclusion criteria.

Results:

The study included 105 women with a mean and standard deviation of (23.4 ± 3.8) years old, predominantly heterosexual (84.0%) and bisexual (13.2%). Most of them (93.4%) use contraceptive methods, these being (45.3%) oral contraceptives, (19.8%) hormonal IUDs and (17.0%) condoms. The most used hormonal composition was levonorgestrel (26.4%) and ethinylestradiol (25.5%). Eighty percent of the women are sexually active, 69.3% of them have a steady partner, 42.5% almost always had sex and 33.0% said that sex was always satisfactory. There was good sample adequacy (0.865) and statistical significance (p < 0.0001). Using or not using a contraceptive method showed a difference in the desire, satisfaction and pain domains. However, sexual history questions were the ones that showed the most statistical relevance in relation to the domains.

Conclusion:

Although further studies are needed to prove the hypothesis that oral contraceptives have a negative impact on female sexual function, it is clear that health professionals are already aware of this possibility and know how to approach it.

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