Achados tomográficos incidentais de calcificações coronarianas: um estudo de prevalência na região sul do Brasil
Incidental tomographic findings of coronary artery calcifications: a prevalence study in southern Brazil

ABC., imagem cardiovasc; 36 (1), 2023
Publication year: 2023

Fundamento:

As calcificações de artérias coronárias (CAC) mostram-se como fator preditivo de doenças cardiovasculares (DCV). A tomografia computadorizada (TC) de tórax com protocolo de aquisição de baixa dose apresenta acurácia na identificação de CAC e propicia achados incidentais dessas calcificações, que são comumente negligenciados. Este estudo analisará a prevalência de achados incidentais de calcificação em artérias coronárias em indivíduos não cardiopatas submetidos à TC de tórax.

Métodos:

Estudo transversal consecutivo de caráter analítico e descritivo. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos que realizaram TC de tórax por encaminhamento, acima de 18 anos e não cardiopatas. A coleta de dados foi realizada por meio de prontuários e ficha de anamnese auto aplicada. As variáveis referentes às CAC e à extensão do comprometimento foram obtidas a partir da reavaliação das imagens de TC de tórax disponíveis no sistema da instituição. Os exames foram anonimizados e avaliados por dois médicos radiologistas experientes. Considerou-se como estatisticamente significativo p≤0,05.

Resultados:

Foram analisados 397 exames. Encontrou-se prevalência de calcificações em 176 (44%) dos casos. A existência dessas calcificações coronárias está relacionada à idade (p<0,001). As calcificações possuem relação com o sexo (p = 0,03) com maior razão de chance de desenvolvimento em homens (odds ratio [OR] = 1,55). O tabagismo (p<0,001), o sedentarismo (p<0,001), a hipertensão arterial sistêmica (p<0,001), o diabetes mellitus (p = 0,04) e as dislipidemias (p<0,001) mostraram associação positiva.

Conclusão:

A prevalência de achados incidentais de CAC foi de 44%; variam em maior número entre leve e grave; maior razão de chance no sexo masculino e aumento da prevalência com a idade. Portanto, a TC de tórax mostra-se um efetivo método para avaliar as CAC, e juntamente com a história clínica do paciente pode ser utilizada para medir os fatores de risco para doenças cardiovasculares e intervir no desfecho do quadro.(AU)

Introduction:

Coronary artery calcifications (CAC) are shown to be a predictive factor of cardiovascular diseases. Computed tomography (CT) of the chest with a low-dose acquisition protocol is accurate in identifying CAC and provides incidental findings of these calcifications, which are commonly overlooked. This study will analyze the prevalence of incidental findings of calcification in coronary arteries in non-cardiac individuals undergoing chest CT.

Methods:

Consecutive cross-sectional study of an analytical and descriptive nature. Individuals of both genders who underwent chest CT by referral, over 18 years of age and without heart disease were included. Data collection was carried out using medical records and a self-applied anamnesis form. The variables referring to the CAC and the extension of the impairment were obtained from the reassessment of the chest CT images available in the institution’s system. The exams were anonymized and evaluated by two experienced radiologists. P≤0.05 was considered statistically significant.

Results:

397 exams were analyzed. A prevalence of calcifications was found in 176 (44%) of the cases. The existence of these coronary calcifications is related to age (p<0.001). Calcifications are related to gender (p = 0.03) with a higher odds ratio of development in men (odds ratio [OR] = 1.55). Smoking (p<0.001), sedentary lifestyle (p<0.001), systemic arterial hypertension (p<0.001), Diabetes Mellitus (p = 0.04), and dyslipidemia (p<0.001) showed a positive association.

Conclusion:

The prevalence of incidental CAC findings was 44%; vary in greater numbers between mild and severe; higher odds ratio in males and increased prevalence with age. Therefore, chest CT proves to be an effective method to assess CAC, and together with the patient’s clinical history, it can be used to measure risk factors for CVD and intervene in the outcome of the condition.(AU)

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