Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre (Online); 63 (1), 2022
Publication year: 2022
Objetivo:
Descrever as possíveis repercussões que o distan-ciamento social e pandemia de COVID-19 promoveram no comportamento, qualidade do sono, uso de telas e alimentação de crianças brasileiras de 0 a 12 anos. Materiais e Métodos:
Este estudo observacional descritivo foi realizado através de um questionário on-line autoaplicado direcionado aos pais, cuidadores ou responsáveis legais de crianças de 0-12 anos. O questionário foi aplicado entre 19 de agosto de 2020 a 19 de setembro de 2020, em dois grupos, um composto por usuários de serviços de saúde e outro pela população em geral. Os da-dos foram analisados descritivamente, considerando α=5%. Resultados:
Compuseram a amostra final 271 respondentes. Segundo os cuidadores, 59,4% das crianças tiveram alterações de comportamento e 48% reportou ou demonstrou medo da COVID-19. Além disso, melhora na qualidade do sono foi reportada de forma importante para crianças de até 2 anos e, 33,3% dos cuidadores em ambos os grupos reportaram piora em qualidade do sono entre 9 e 12 anos. Aumento do uso de telas ocorreu para 85% das crianças. O consumo de alimentos considerados saudáveis se manteve igual para grande parte das crianças e o consumo de alimentos ultraprocessados aumentou para mais de 40% das crianças, principalmente entre 3 e 5 anos e 9 e 12 anos de idade. Discussão:
Os resultados encontrados devem ser fonte de atenção a fim de garantir o adequado desenvolvimento infantil após um período de pandemia. Conclusão:
O distancia-mento social provocado pela pandemia de COVID-19 promoveu repercussões importantes na rotina das crianças avaliadas, impactando negativamente seu comportamento, alimentação e uso de telas. Ainda, a qualidade do sono de crianças maiores foi impactada negativamente, apesar de ter sido observada melhora na qualidade do sono de crianças mais jovens.
Aim:
To describe the potential consequences of social distancing and the COVID-19 pandemic on the behavior, sleep quality, screen time, and diet of Brazilian chil-dren aged 0 to 12 years. Materials and methods:
This descriptive observational study was conducted using a self-administered online questionnaire distributed to parents, caregivers or guardians of children aged 0-12 years. The same questionnaire was distributed to two groups between August 19, 2020 and September 19, 2020. Users of Pelotas Public Health Services made up one group, while the general Brazilian population made up the other. The data was analyzed descriptively considering α=5%. Results:
The total sample consisted of 271 respondents. According to caregivers, 59.4% of children showed behavioral changes and 48% reported or demonstrated COVID-19 fear. Moreover, improve-ment in sleep quality was reported for children up to 2 years, and 33.3% of caregivers in both groups reported a decline in sleep quality among children aged 9 to 12. Eighty-five percent of children increased their screen time. The intake of healthy foods remained the same for most of the children, but the intake of ultra-processed food increased for over 40% of them, primarily between 3 to 5 years old and 9 to 12 years old. Discussion:
The results should be a focus of attention in order to maintain proper child development following a pandemic. Conclusion:
The social distancing caused by the COVID-19 pandemic had a significant impact on the children’s routine, with negative effects on their behavior, diet and screen time. In addition, a decline in sleep quality was observed among older children, while better sleep quality was reported for younger children.