Os autores expöem os resultados preliminares e cometem os aspectos relevantes de uma investigaçäo epidemiológica realizada em 1986, durante a epidemia de Dengue que grassou em Maceió, Alagoas, Brasil. Concluem que ela possui grande magnitude e transcendência e que a vulnerabilidade é baixa, o que implica em alto risco para a populaçäo e na caracterizaçäo do agravo como um grave problema de Saúde Pública. A partir de medados do mês de abril de 1986 começaram a acontecer em Maceió casos de uma síndrome infecciosa aguda, de etiologia obscura, que se caracterizava por febre, cefaléia, mialgia, astenia e anorexia, com duraçäo média de tryes a cinco dias e sem comprometimento maior do estado geral, de tal sorte que após o término da febre o paciente retornava às suas atividades habituais normalmente. A situaçäo agravou-se gradualemtne e um número significativo de pacientes passou a procurar os serviços médicos com síndrome, sem que fosse aventado um diagnóstico etiológico para o quadro. Como clínica e laboratorialmente o quadro sugeria uma etiologia viral, tais pacientes passaram a receber tratamento sintomático,observando-se, na maioria das vezes, uma regressäo satisfatória da sintomatologia. Cumpre resaltar que a partir de entäo foram diagnosticados diversos casos de "rubéola". Antibióticos, quimioterápicos, antitermicos e analgseicos, como o ácido acetil-salicílico, foram receitados largamente. O aumento da freqüência da nosologia, aliado à clínica, à epidemiologia e à situaçäo entomológica sugeriam à hipótese da Febre Dengue, o que foi confirmado pelo isolamento do vírus tipo I em amostras colhidas por equipes da SUCAM...